segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Vendo meu voto


Meu voto esteve à venda no segundo turno desta eleição. Infelizmente nenhum dos candidatos se dispôs a pagar o valor que eu estava pedindo. O “preço” era uma campanha limpa, ética, com gastos moderados, sem promessas mirabolantes e com propostas exeqüíveis. Nenhum dos candidatos esteve próximo a “negociar” o meu voto.

No primeiro turno, votei num dos finalistas para o segundo turno, mas as campanhas se transformaram num show de desrespeito, desperdício de recursos financeiros, humanos e materiais que acabei decidindo por votar em branco.

Sempre fui contra o voto branco/nulo, pois sempre defendi a teoria da escolha do “menos pior”. Mas o circo que se transformou esta campanha eleitoral me fez rever certos valores. Decidi não apoiar candidatos que rasgaram dinheiro, que não tiveram nenhum compromisso ou respeito com o eleitor. Se na campanha as evidências dessas mazelas políticas foram tão gigantescas, imagine-se o que nos poderemos esperar pela frente.

Se os marketeiros apostaram que micagens, som alto, bagunça no trânsito, sujeira nas ruas e, principalmente, falta de ética, iriam conquistar votos, o meu conseguiram perder. Pode até ser que com esses recursos circenses tenham conquistado votos de quem gosta de palhaçadas, mas daqui pra frente só votarei em candidatos que tenham um mínimo de respeito com os eleitores e com a ordem pública.

Os grandes culpados de todo esse circo são as próprias vítimas: os eleitores que têm visão simplista do processo de escolha do candidato. O desrespeito visto nas campanhas só existiu porque grandes partes dos eleitores ainda valorizam palhaçadas, badernas e espetáculos circenses com seus palhaços e ilusionistas.

Uma coisa eu já decidi: nas próximas eleições meu voto estará novamente à "venda". Só resta esperar que, em troca, possa receber ofertas realmente dignas, pois creio que meu voto, como o de todo eleitor consciente, tem "preço" e grande valor. O preço simbólico de quem espera ética e respeito dos candidatos e o grande valor que o voto consciente representa para a construção da cidadania neste país.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Postes Humanos, por Liliana

Artigo escrito por Liliana Victorino Alves Corrêa, também conhecida como minha irmã (risos). Publicado no jornal Folha do Estado.

Nenhuma outra ocasião neste país expõe melhor as mazelas sociais do que a época das campanhas eleitorais. A miséria salta aos olhos nesse período, e não me refiro só à miséria financeira. Falo particularmente de miséria humana, miséria moral.

Os miseráveis tornam-se visíveis em ambos os lados do processo eletivo: eleitores miseráveis e candidatos miseráveis. Neste circo de horrores que se forma, com candidatos fazendo as tradicionais promessas mirabolantes e mentirosas, atirando acusações levianas contra os adversários, comprando votos com a exploração das necessidades mais básicas dos cidadãos, nada me causa mais indignação, e até comoção, do que a triste visão de pessoas na rua segurando e acenando aquelas enormes bandeiras ou faixas dos candidatos.

Sob o sol escaldante de Cuiabá, expostas ao calor, aos perigos do trânsito, à sede, a comentários e insultos de todo o tipo dos motoristas, a assédio sexual (muitas vezes são moças), esses postes humanos esforçam-se para segurar e balançar uma faixa ou bandeira que ostenta a cara sorridente de um candidato. Esforçam-se para desempenhar bem o papel que lhes ofereceram em troca de alguma forma de pagamento, que deve ser irrisório para tamanho esforço físico e moral: o papel de uma haste, de um mastro, de um pau, de um poste.

Nos rostos deprimentes dessas pessoas, consigo ver a miséria, a vergonha, a resignação, o cansaço e, às vezes, a fome e a sede. Só não consigo ver em seus rostos o que, de fato, deveria ser o propósito dessa prática política tão humilhante: a animação e o entusiasmo para com o candidato estampado na propaganda ambulante.

Aos meus olhos a visão desses postes vivos, abanando tristemente uma bandeira, surte efeito contrário ao que pretendem os candidatos. Procuro identificar bem o político estampado nas propagandas para lembrar-me de não lhe dar meu voto.

É inacreditável que os marqueteiros das campanhas eleitorais não consigam inventar nada mais criativo e com melhores resultados. Por que não aproveitar as pessoas para atividades mais condizentes com a condição humana? Garanto que qualquer ser humano consegue fazer alguma coisa melhor do que se fazer de poste ou tronco de árvore.
Num país onde a miséria impera e práticas políticas ultrapassadas como essas são tão arraigadas, talvez minha indignação nem encontre eco. Talvez eu seja sensível demais à miséria alheia, e talvez eu até vote, afinal, naquele candidato que contrata postes humanos, porque todos o fazem, mas que, ao menos, essa escolha recaia naquele que apresente as promessas menos mirabolantes e mentirosas.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Quero ser candidato

Artigo publicado no jornal Folha do Estado, em 30/09/08 no site http://www.matogrossoonline.com.br/ e no site www.olhardireto.com.br

Tenho o sonho de um dia me candidatar a um cargo eletivo. Essa minha vontade tem pouco a ver com vaidade ou questões financeiras, mas sim com questões ideológicas e com a vontade de ajudar a construir um lugar melhor e mais justo para se viver.

Infelizmente, terei de adiar esse meu sonho, talvez para a próxima reencarnação. Enquanto em nosso país forem permitidos absurdos e existirem eleitores que se preocupam mais com a imagem e marketing do candidato do que com sua seriedade e seu comprometimento com propostas exeqüíveis, as chances de me eleger seriam algo em torno de zero.

Não consigo entender o motivo de um eleitor votar em um determinado candidato porque recebeu um "santinho", um aperto de mão ou viu imagens da maratona eleitoreira de abraçar pobres. Puro populismo. O que faz pensar que o ato de sair abraçando cidadãos das classes menos favorecidas torna um candidato mais bem preparado? Para mim, esse tipo de imagem produz o efeito contrário. O candidato precisa tanto da população menos favorecida para se eleger que fará uma gestão que, no mínimo, permita a manutenção dessa classe social para seus futuros propósitos eleitorais.

Gastar dinheiro colocando pessoas balançando bandeiras no sol quente de Cuiabá, o que agrega para a cidade e para a cidadania? O que o candidato transmite de conhecimento e capacidade administrativa fazendo isso? Outra situação bizarra é a do candidato se declarar honesto, como se isso fosse uma qualidade e não um dever moral de qualquer cidadão. Será que os "desonestos" se declarariam como tal? Honestidade e ética são obrigações de qualquer servidor público. Palavras e discursos sobre essas supostas qualidades não tornam um candidato honrado. Os atos passados e as atitudes do candidato na campanha eleitoral é que prenunciam o que poderá vir pela frente.

Os grandes culpados de todo esse circo são as próprias vítimas: os eleitores que têm visão simplista do processo de escolha do candidato. "Vou votar nele porque visitou minha casa", "Tem meu voto, pois fala a linguagem do povo", "Esse aí gosta de pobre"...

Enquanto o populismo for valorizado e bem aceito, teremos grandes circos armados, com muitos palhaços e ilusionistas, e pessoas corretas cada vez mais distantes do objetivo de acabar com essa farsa circense e, em seu lugar, fazer surgir uma outra prática política, que traga reais melhorias para os cidadãos.

Consumo Consciente

Artigo publicado em 12/09/08 no jornal Folha do Estado de 13/09/08, no Diário de Cuiabá de 14/09/08, no site www.matogrossoonline.com.br/artigo.php?id=6950425;www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=327200&edicao=12216&anterior=1 Olhar Ditero em 16/09/08: www.olhardireto.com.br/artigoseopinioes/artigo.asp?cod=2322

“São os consumidores e não os empresários que determinam o que deve ser produzido.” (Ludwig von Mises)
Cada vez mais estão entre os bate papos e rodinhas, os temas sobre preservação, aquecimento global, reciclagem, meio ambiente, dentre outros assuntos tão “em moda”. Jornais e revistas têm estimulado reflexões sobre esses temas, e uma parcela cada vez maior da população inicia a se preocupar com a preservação do meio ambiente.

Mesmo com o aumento de reportagens, poucas matérias tocam no ponto crucial: o cidadão consumidor como responsável pela degradação e pelo aumento populacional de “degradadores”. Somos nós que ditamos o que deve ser produzido, em quais quantidades, com quais métodos e com quais embalagens.

O segredo para a preservação está baseado em dois pontos principais: educação e consumo consciente. De nada adianta criticar empresas e produtos poluidores, se consumimos desenfreadamente esses produtos.

Com o crescimento econômico de países como a Índia, China e Brasil, o planeta está recebendo milhares de pessoas que passam a fazer parte dos “poluidores”, pessoas que alcançaram um patamar de renda que as permite ir às compras e, via de regra, sair poluindo.

Habitantes do Brasil e do Mundo terão de dar uma guinada na maneira de consumir, pois, com o aumento do número de consumidores, o planeta está prestes a exaurir sua capacidade de suportar essa massa de consumidores e destruidores do planeta.

Vale frisar que somos nós que decidimos quantas pilhas, automóveis beberrões, cigarros, embalagens, garrafas pet, energia elétrica e outros produtos serão produzidos. Cada centavo gasto numa loja ou supermercado é responsável pela produção ou não de determinados bens. Somos nós, através de nossas ações, os autores de nossos destinos.

Diante desse cenário não muito animador, pequenas ações podem ser utilizadas no dia-a-dia. Na instituição que trabalho, uma pequena ação está tendo um ótimo retorno. Papéis que seriam entulhados em lixões ou aterros sanitários estão sendo vendidos para a reciclagem. Desde janeiro de 2007 foram coletadas 3,5 toneladas de papéis e, com isso, arrecadados R$ 351,00 que foram destinados a um projeto social. Fizemos com que 70 árvores fossem poupadas de corte, além de grande economia de água (na reciclagem há demanda menos quantidade de água e energia para produção de papel). Tudo isso muito simples, foi só começar.

Outras empresas e órgãos têm adotado a mesma iniciativa. Tenho conhecimento de que a mesma campanha é desenvolvida há três anos pela Justiça Federal em Mato Grosso. A renda obtida com a venda de papel e recipientes de plástico coletados pelos servidores daquele órgão é destinada à aquisição de cestas básicas para doação a programas sociais.

São dois exemplos, mas acredito que haja outros sendo desenvolvidos com o mesmo propósito. Se pequenas ações como essas começassem a brotar em empresas, condomínios e residências, todo o planeta só teria a agradecer e a nos presentear com a beleza exuberante de milhares de árvores poupadas e de riachos, rios e mares livres da poluição de suas águas.

Aceita Cheque?

Artigo escrito em julho de 2008

Na virada de 2007 para 2008 tivemos uma mudança nas regras do setor financeiro. O governo não conseguiu reeditar a CPMF e, para não perder a famigerada sanha de arrecadar impostos, aumentou a alíquota de IOF. Com isso, de um dia para outro as operações de crédito por cartão, financiamentos bancários, cheques especiais e financeiras tornaram-se mais onerosos.

Nesse novo cenário, o cheque pré-datado ganhou musculatura e tornou-se a mais barata forma de se financiar uma compra.

A edição 921 da conceituada revista Exame (02/07/08) relata que o cheque (pré-datado ou especial) é a 3ª opção de consumidores de baixa renda[1] na obtenção de crédito, justamente a fatia de consumidores que mais cresce no país. Essa modalidade perde apenas para o crediário de loja e para o empréstimo bancário (em 4º lugar ficam os cartões de crédito e em 5º, as financeiras).

Mesmo diante desse quadro, ainda há alguns estabelecimentos comerciais que não aceitam cheque em qualquer hipótese. Essa recusa em vender no cheque, por vezes se deve ao receio de o consumidor não honrar os compromissos assumidos.

Critérios corretos na aceitação de cheque (consulta ao SPC, solicitação de documento, não aceitação de cheque de terceiros etc.) e uma boa análise de crédito nos casos dos cheques pré-datados, tornam os riscos irrisórios. A não aceitação de cheque é simplesmente a recusa ao atendimento de uma importante fatia de consumidores.

Nos casos do cheque pré-datado, o baixo custo para o consumidor e a pouca burocracia, pela facilidade de consulta aos serviços de informação, são um grande aliado na fidelização e uma certeza da satisfação do cliente.

[1] Fonte: Consultoria Roland Berger, Exame 921 pg. 112. Pesquisa para consumidores com renda de três a seis salários mínimos.

Gestão em Treinamento

Artigo publicado no jornal Folha do Estado em 07/04/08

É de conhecimento de empresários e administradores que mudanças tecnológicas e de gestão acontecem a todo o momento, e o que dá certo hoje pode não dar certo amanhã. A única certeza é a de que mudanças acorrem e sempre ocorrerão.

Inovações, por vezes, passam despercebidas, fazendo com que o sucesso do passado não permita analisar um novo cenário. Ninguém aparece para um empresário e diz: “Olha, você tem que mudar, isso já não dará mais certo”. E mesmo que isso ocorra, haverá desconfiança e resistência.

Quem ainda compra uma máquina de escrever? Quem ainda não se deixou seduzir pela facilidade dos celulares? Quem ainda não utilizou o computador para tirar extrato bancário, fazer pesquisas, realizar compras e fazer uso de outras facilidades? Essas mudanças de hábito e de consumo não ocorreram do dia para a noite, mas, sim, por meio de pequenas rupturas até fazer parte do dia-a-dia.

Gestão significa gerir, administrar. Provavelmente a palavra termina num sufixo aumentativo devido à importância do ato, podendo-se, em tom de trocadilho, dizer que se assim não fosse seria “gestinho”. No mundo empresarial, há gestão de caixa, compras, marketing, pessoas, etc. Nenhum dos ramos da administração tem baixo fator de importância, mas é com a gestão de pessoas que se consegue uma legião de excelentes resultados nos diversos departamentos da organização.

Apesar da grande importância da qualificação, poucos empresários despendem tempo e esforços para conhecer, detectar e treinar o capital humano da empresa. Num fórum promovido pela CDL-Cuiabá (Câmara dos Dirigentes Lojistas), um dos presentes destacou a importância de o empresário servir de espelho para os colaboradores. Se há ética, lealdade e respeito por parte do empresário para com os colaboradores, essas premissas tenderão a ser passadas aos clientes. Em educação, seja no âmbito familiar ou empresarial, não existe o "faça o que eu digo, não faça o que eu faço". Se quiser respeito, tem que respeitar; se quiser lealdade, tem que ser leal.

A importância do treinamento e engajamento dos responsáveis pelas decisões da empresa é de suma importância para manter uma exímia equipe, “faixas-pretas” em atendimento, relacionamento com clientes, estratégias de marketing, recrutamento e seleção, logística apurada, etc.

Qualificação não se consegue somente pagando um curso uma vez por semestre para alguns funcionários. Significa detectar deficiências e, a partir desta constatação, analisar o que pode ser melhorado. Implica em pesquisar instituições que ministrem bons cursos, verificar quem deve participar destes e cobrar do participante que repasse o conhecimento aos demais. Para aproveitamento pleno, é necessário verificar o que foi aprendido e o quê, quando e quem pode implantar novos processos e realizar o acompanhamento periódico.

Hoje se consegue comprar tecnologia, equipamentos modernos e softwares. O diferencial competitivo se dará no capital humano, na sua qualificação, que será o grande plus que separará empresas lucrativas e duradouras de parte das empresas que engrossam os obituários corporativos.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Governo Fanfarrão

Artigo publicado em 31/12/07 no site www.24horasnews.com.br; em 01/01/08 no site www.pep-home.blogspot.com; em 02/01/08 no site www.circuitomt.com.br; em 04/01/08 no jornal Folha do Estado; em 05/01/08 no jornal A Gazeta

Desde o início da primeira gestão Lula, o governo se tornou especialista em contradições, propostas absurdas e pela exímia utilização de ferramentas de marketing para autopromoção. Uma coisa é positiva neste governo; nunca antes na história deste país, tivemos um governo tão populista e disposto a executar projetos que deixem o governo com bons níveis de aprovação. Nota dez para o marketing, mas zero para ações concretas.

Há mais de ano o apagão aéreo se instalou nos aeroportos. Muito se disse para acabar com a crise, mas nada de ações concretas. Os passageiros ainda continuam pagando caro pelas taxas de embarque e sofrendo com atrasos e cancelamentos de vôos.

A novidade do governo petista para acabar com o problema é criar uma multa para as empresas aéreas nos casos de culpa de atrasos. Até aí tudo bem, se há problemas nas empresas privadas, que arquem com o custo da incompetência. Ocorre que o foco do problema é o trio ANAC, DAC e INFRAERO. E aí, o governo pagará multa pela incompetência? Pagará pelos prejuízos causados às companhias aéreas? E como ficam os consumidores e contribuintes?

Essa ação nada mais é do que a tentativa do governo de jogar toda a culpa da crise do setor aéreo nas empresas privadas que, junto com os consumidores, foram as maiores prejudicadas com os problemas.

Outra "graça" do presidente é um projeto de lei que pretende dificultar demissões sem justa causa. Esse projeto é um retrocesso sem tamanho. Enquanto em países onde houve flexibilização das leis trabalhistas ocorrerem redução na taxa de desemprego e registraram-se menores desníveis salariais. Na contra-mão, no Brasil seguirá o exemplo da França, onde o caos se instalou e o país vive à beira de conflitos sociais causados pelas altas taxas de desemprego e convivem com conflitos promovidos pelos menos qualificados.

Na tentativa de "proteger" o trabalhador, o governo conseguirá expandir a informalidade, onerar ainda mais os empregadores formais, causar receio de novas contratações e menores investimentos externos no país.

Para uma boa administração, Lula não precisa criar nada, é só copiar ações que estão dando certo em governos que alçam boas taxas de crescimento. Mas nosso querido governante insiste em mirar os populistas e copiar tudo de retrógrado e atrasado. Enquanto isso, o Brasil cresce a taxas medíocres, rebocado pela pujança mundial.

Um alerta está lançado. A primeira crise mundial na gestão Lula pode estar se formando. Ainda não se sabe o tamanho da crise imobiliária dos EUA e sua extensão na economia mundial. Mas ainda há tempo de o Brasil escapar de qualquer crise sem grandes tropeços, É só Lula partir para ações concretas e deixar o marketing para os governos populistas de Chávez e Morales.

Xô impunidade!

Artigo publicado em 02/11/07 no site www.matogrossoonline.com.br, no site www.olhardireto.com.br em 04/11/07 e no jornal Circuito On Line (www.circuitomt.com.br) em 04/11/07.

Já escrevi alguns artigos sobre o trânsito caótico e a impunidade dos infratores. Nos textos, foram relatados alguns absurdos cometidos por muitos motoristas, a falta de fiscalização e a impunidade. Países onde há trânsito civilizado o respeito às normas não decorre da educação, mas sim da fiscalização e punição dos transgressores.

Conheço o CTB (Código de Trânsito Brasileiro) e faço parte de uma minoria respeitadora do código. No dia-a-dia sou fechado, furam sinal na minha frente, não sinalizam manobra, param em fila dupla ou em cima da calçada (também sou pedestre), sou xingado, dentre outras situações tão comuns no dia-a-dia. Para piorar, tenho que aguentar todos esses desaforos quieto, sob risco de arrumar as chamadas brigas por motivos “fúteis”.

Minha paciência também tem limites. Onde está o poder público para fazer com que as leis sejam respeitadas? A terra sem lei já está implantada; estresse, acidentes e brigas desnecessárias são devidos à ausência do Estado fiscalizador que puna os descumpridores.

Senhor Wilson Santos, já que no trânsito tenho de ficar omisso e pacato, vou descarregar minha indignação: acorde prefeito! Vá conhecer as leis de trânsito e verificar a baderna que impera na cidade. Deixe de populismo e faça cumprir as leis. Cuiabá está cada vez mais próxima de uma cidadeca desordenada e sem leis e cada vez mais distante de uma cidade moderna e organizada.

Somos reféns da ignorância de muitos e da incompetência e leniência do Estado em exercer suas funções. Até quando teremos de continuar amargando o descaso com a ordem? Quantos acidentes desnecessários terão de ocorrer até que se inicie uma fiscalização decente, com a punição dos infratores?

Parafraseando um político populista: Xô impunidade, xô acidentes, xô desordem, xô populismo e xô incompetência!

Esquerda Irracional

Artigo publicado no site www.matogrossoonline.com.br em 16/10/0, no site http://www.olhardireto.com.br/artigoseopinioes/artigo.asp?cod=1321 em 17/10/07 e no jornal Folha do Estado de 17/10/07

“É divertidíssima a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda: admiram o socialismo de Fidel Castro, mas adoram também três coisas que só o capitalismo sabe dar - bons cachês em moeda forte; ausência de censura e consumismo burguês; trata-se de filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola...”. Roberto Campos


Meses atrás me deparei com um movimento sindicalista na porta de uma agência bancária numa das avenidas da Capital. Havia poucos militantes bloqueando a entrada da agência enquanto um jovem sindicalista fazia um discurso inflamado.

Descrevendo assim, parece um daqueles fortes movimentos tão comuns na década de 80. Ocorre que não havia ninguém dando atenção no que estava acontecendo. Todos que passavam pareciam apenas preocupados com seus afazeres, não lhes interessando a agitação e os discursos inflamados.

Até parei por alguns minutos para analisar algo que parecia sair do século passado. Foi difícil ouvir calado os absurdos que o militante esbravejava. Descontando os vários insultos à língua portuguesa, somente se ouviam aqueles discursos prontos e sem nexo do movimento socialista jurássico.

Movimento sindical não precisa, necessariamente, ser arcaico. A Dinamarca flexibilizou normas trabalhistas, reduzindo garantias no emprego para tornar o mercado de trabalho mais dinâmico, capaz de gerar empregos necessários. "O trabalho deve ser feito onde pode ser realizado de modo mais barato, respeitando-se as condições sociais”. Essa frase não é de nenhum grande empresário ou economista neoliberal, mas do presidente da LO, a central sindical da Dinamarca.

Radicais de esquerda ainda têm por hábito vociferar contra o capital, os empresários, lucro e outras palavras tão bem quistas no mundo capitalista. Onde está o nexo de uma pessoa criticar um modo produtivo eficaz e ao mesmo tempo utilizar do conforto e prosperidade que isso trás? Tão contradizente quanto a notícia do ex-ministro demitido, José Dirceu, em cima de um dos ícones estadunidense, uma legítima moto Harley Davidson.

Radicais são como religiosos fanáticos, não conseguem analisar a realidade, apenas conseguem enxergar suas próprias "verdades", que, por vezes é bem distorcida dos fatos. Apenas para ilustrar, os grandes produtores de alimento, tão mal vistos pela esquerda mais radical, trazem alimentos à mesa dos brasileiros a preços módicos, além de trazer divisas ao país, permitindo que se importem bens ou serviços de que não dispomos. Se dependesse apenas da agricultura familiar, as classes menos favorecidas não teriam condições de acessos a alimentos, não haveria produção suficiente ou os preços seriam demasiadamente altos.

Outro alvo de radicais são os fabricantes de remédios. O custo para se desenvolver um novo medicamento é altíssimo, e graças ao lucro, há capital destinado para se descobrirem novas drogas. Se não houvesse lucro, diversos medicamentos nunca teriam sido desenvolvidos.

Quero lembrar aos simpatizantes da esquerda, que apesar de o Brasil estar muito longe de uma modelo de país capitalista, quem propicia ensino e saúde gratuitas e, ainda, os programas sociais são as empresas privadas e a chamada elite. São os impostos pagos principalmente por empresas e pelas classes média e alta que trazem as benesses e oportunidades aos menos favorecidos. Onde está a coerência em criticar o lucro, o setor empresarial e as “elites”?

Lamentável ver pessoas, partidos políticos e personalidades idolatrando Cuba, um dos últimos redutos do utópico socialismo. Puro populismo almejar um sistema onde grande parte da população anseia por fugir do país. Se socialismo fosse bom e trouxesse prosperidade, haveria um monte de estrangeiros querendo morar na ilha de Castro.

O modo de produção socialista traz amarras à criatividade, inovação, à economia e ao desenvolvimento. Será coincidência que os países mais liberalistas são os mais justos, com melhor qualidade de vida, com menor desigualdade, com mais igualdade de oportunidades, menor taxa de desemprego, menor corrupção e melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)? Que grande coincidência!!!

Privatizar não é palavrão

Artigo publicado em 11/09/07 no site www.matogrossoonline.com.br www.olhardireto.com.br

Argumentos contra a privatização tais como “soberania nacional”, “vender a alma para o capital externo”, “segurança nacional” e outras tantas frases das antigas cartilhas da esquerda nada mais são do que falta de argumentos palpáveis sobre o assunto.

Criticar a privatização da Vale do Rio Doce é não conhecer ou querer distorcer as verdades. Vamos aos fatos: na época o país era um gastador contumaz (mais que hoje), não havia dinheiro para investimentos necessários para a empresa se manter atualizada, os balanços da empresa sempre eram tingidos de vermelho, ou seja, dinheiro que poderia ser utilizado para saúde ou educação era tragado para cobrir rombos. Com esses fatos, só os mais radicais ou sonhadores seriam contra a privatização.

Quanto ao preço pago, é um absurdo querer comparar o que a empresa vale hoje com a sucata que era no passado. Deve-se mensurar que a empresa era deficitária e que houve necessidade de altos investimentos para torná-la produtiva. O preço pago foi o justo na época, já que em leilões é sempre o valor mais alto que arremata o bem leiloado. Se não houve quem pagasse mais, era porque o país ainda estava num processo de estabilização econômica, e isso afugentava grandes investidores, além dos problemas da empresa já citados. Eu me lembro dos enormes esforços do governo FHC para que houvesse grande número de grupos participando dos leilões, com isso decorria a possibilidade de alcançar valores maiores.

É válido também mencionar a privatização do sistema de telefonia, quem se lembra de uma linha telefônica custar mais de 2.000 dólares? Quem se lembra das quedas constantes de energia na época de CEMAT estatal? Alguém pode mensurar os benefícios para a população em ter produtos e serviços de qualidade com preços justos?

Algum apaixonado pelo elefantismo do governo, poderia citar a Petrobrás como um exemplo de empresa pública. A “Petrossauro” atua praticamente num monopólio, onde o próprio governo dita as regras em benefício próprio. A Petrobrás atua num setor que atualmente têm altos preços ditados pelo cenário externo (cartel, conflitos nos grandes produtores e crescente escassez do produto). Assim é fácil obter lucros, gostaria de ver “nossa” estatal competir caso houvesse possibilidade de importação de combustível (abertura real do mercado).

Em economia não existem mágicas, para haver justiça social tem que haver crescimento econômico, isso se traduz em eficiência dos setores públicos e privados. Infelizmente os críticos e sonhadores ainda preferem ficar criticando empresários, investidores, capital, e outros ditos “monstros” da esquerda cenozóica.

Apagão Gerencial

Artigo publicado em 22/06/07 nos sites:
http://www.24horasnews.com.br/
http://www.olhardireto.com.br/artigoseopinioes/artigo.asp?cod=970
http://www.pep-home.blogspot.com/
Publicado no jornal Diário de Cuiabá em 23/06/07
Publicado no jornal Folha do Estado em 24/06/07


Mais uma vez o governo Lula mostra sua incompetência. O chamado apagão aéreo há muito vinha ocorrendo e só se tornou público com o trágico acidente ocorrido no final de 2006. Já se passaram mais de 6 meses e desde então o problema só aumenta.

Não há outra interpretação a não ser incompetência gerencial deste governo. Verba é o que não falta para o setor, pois a taxa de embarque e demais fontes de arrecadação são mais do que suficientes para manter um serviço de qualidade. Na ganância em produzir superávit primário a qualquer custo, o governo teve o descabimento de liberar somente 20% da verba destinada ao setor, essa “economia” causou a morte de 154 pessoas, além do caos nos aeroportos e enormes prejuízos.

Baderna no setor, retenção de verba, quebra de hierarquia, vidas em risco, prisão de controladores, desrespeito com os contribuintes, indícios de corrupção e desvios de verba em obras do setor são mais do que suficiente para se instaurar a CPI no setor aéreo. Os partidos aliados estão fazendo de tudo para não abrir essa caixa preta, provavelmente deve haver muita sujeira e podridão escondida.

O que mais me impressiona nem é a incompetência do governo, mas a cara de pau dos governantes em tentar implantar inverdades. Tempos atrás o vice-presidente soltou uma “pérola”, segundo José Alencar o problema aéreo veio do governo anterior. Querer culpar a “herança maldita” nesse caso é duvidar da inteligência da população. Pode até ser que FHC não tenha passado o setor funcionando a mil maravilhas, mas pelo menos funcionava. O que o atual governo fez foi piorar, e muito, o que segundo Alencar era ruim. Incompetência gerencial é o que melhor define isso.

Se já não bastasse a incompetência, declarações descabidas demonstram o desrespeito e descaso com cidadãos. Marta Suplicy, sexóloga e ministra do turismo (em letra minúscula mesmo), tripudiou os usuários do transporte aéreo com a frase “Relaxa e goza” proferida aos usuários que estavam horas em espera nos aeroportos. Mais recente foi a vez do Sr. Guido Mantega, ministro da fazenda (também em letra minúscula) dizer que o crescimento do fluxo de tráfego aéreo é o causador dos problemas, que está ligado à prosperidade do país. Seria este o esperado Espetáculo do Crescimento, anunciado pelo governo Lula?
Prosperidade significa planejamento, organização e investimentos corretos, palavras que parecem não fazerem parte do dicionário dos governantes. Quanto à frase dita pela Sra. Suplicy, minha educação não permitirá responder à altura.

Mais uma vitória da impunidade.

Publicado em 14/05/07 no site www.olhardireto.com.br/artigoseopinioes/artigo.asp?cod=862 www.matogrossoonline.com.br

No dia 9 de abril de 2007, o prefeito Wilson Santos anunciou que está descartada a possibilidade da volta da fiscalização eletrônica no trânsito de Cuiabá. Parece que o prefeito está querendo inovar sua administração, pois nossa capital continuará sendo a única a não possuir sistema de fiscalização eletrônica.

Com a falta de fiscalização eletrônica e pouco policiamento nas ruas, no decorrer do tempo os motoristas foram se "deseducando" e transformaram a cidade numa terra sem leis, onde se pode quase tudo. Para quem acha essa sentença um exagero, sugiro conhecer o Código Nacional de Trânsito e começar a reparar a quantidade de infrações cometidas nas ruas de nossa cidade. O absurdo está tão intenso, que já tomei buzinadas e xingamentos de apressados e mal educados exigindo que eu "fure" sinal vermelho para dar passagem.

Poucos contestam que a falta de fiscalização e punição são os maiores responsáveis pela desordem e violência no trânsito, além de trazer baixa qualidade de vida, irritabilidade e perdas de vidas, desnecessariamente. Para quem ainda não se sensibilizou com a causa, a desordem no trânsito também causa enormes prejuízos financeiros.

Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o Brasil gasta, anualmente, cerca de R$ 22 bilhões em acidentes de trânsito. No levantamento que teve como base os anos de 2004 e 2005, o instituto levou em consideração vários fatores, entre eles, custos com saúde, remoção e traslado de feridos e mortos, com danos e remoção de veículos. Só para se ter uma idéia, em média são gastos R$ 1.040,00 com cada pessoa que sai ilesa de um acidente, R$ 36.305,00 com cada ferido e R$ 270.165,00, com cada morto.

Ninguém discorda que o trânsito cuiabano é violento e desorganizado. Infelizmente o poder público continua sendo omisso em suas obrigações. Enquanto não houver fiscalização e punição, teremos de nos submeter a essa selvageria e falta de civilidade por parte da população.

O prefeito deveria repensar a decisão tomada, deixando de lado a preocupação com a popularidade e trabalhar em prol da segurança, do cumprimento das leis e da ordem. Parafraseando um político populista que fez um grande “desserviço” para Cuiabá: Xô impunidade!

Apagão Administrativo

Artigo escrito em abril de 2007

Mais uma vez o governo Lula mostra sua incompetência. O chamado apagão aéreo há muito vinha ocorrendo e só tornou público com o trágico acidente ocorrido no final de 2006. Já se passaram mais de 4 meses e desde então o problema só aumenta.

Não há outra interpretação a não ser incompetência gerencial deste governo. Verba é o que não falta para o setor, pois a taxa de embarque e demais fontes de arrecadação são mais do que suficientes para manter um serviço de qualidade. Infelizmente o governo teve o descabimento de liberar somente 20% da verba destinada ao setor. A chamada economia porca causou a morte de 154 pessoas, além do caos nos aeroportos e enormes prejuízos.
Baderna no setor, retenção de verba, quebra de hierarquia, vidas em risco, desrespeito com contribuintes, indícios de corrupção e desvios de verba em obras do setor são mais do que suficiente para se instaurar a CPI no setor aéreo. Os partidos aliados estão fazendo de tudo para não abrir essa caixa preta, provavelmente deve haver muita sujeira e podridão escondida.
O que mais me impressiona não é a incompetência do governo, mas a cara de pau dos governantes em implantar inverdades. Recentemente o vice-presidente soltou uma "pérola", segundo José Alencar o problema aéreo veio do governo anterior. Pode até ser que FHC não tenha passado o setor funcionando a mil maravilhas, mas pelo menos funcionava. O que o atual governo fez foi piorar, e muito, o que segundo eles era ruim. Incompetência gerencial é o que melhor define isso.

Devido às turbulências do apagão aéreo, uma notícia que passou despercebida pela maioria, foi que o governo federal não permitiu a importação de combustível para o estado de Roraima. Ocorre que esse estado é quase isolado do país, e por lá paga-se um absurdo no preço dos combustíveis.
Será que o governo levou em conta o desenvolvimento da região nessa tomada de decisão? Será que pensou nos bolso dos contribuintes? Ou será Lula e sua turma estavam apenas preocupados em fortalecer ainda mais a Petrobrás e não permitir concorrência?
Com a compra da Ipiranga, a "Petrossauro" praticamente é monopolista num setor de extrema importância para o desenvolvimento do país. Para um governo centralizador, nada melhor do que dominar um setor lucrativo e impedir que haja concorrência. Dessa forma dá para distribuir cargos para os companheiros e realizar a costumeira malversação do dinheiro público. Enquanto isso, a população paga caro por um combustível de baixa qualidade. A defesa dos estatizantes costuma ser que empresas como a Petrobrás é lucrativa, mas a que custo? Com o mercado fechado, preços da matéria prima altos devido à instabilidade dos países produtores e tendo o governo legislando em causa própria, realmente fica difícil não conseguir um lucrinho. Os mais velhos poderão lembrar da Cobra, que era uma grande fabricante de computadores na época que o mercado de informática era fechado. A empresa vendia máquinas bastante defasadas, de baixa qualidade e a preços absurdos. Claro que era lucrativa. Após a abertura do mercado, será que ainda é possível encontrar computadores da marca Cobra?

Sou Elite

Artigo publicado no site: www.circuitomt.com.br/portal/mostra_art.php?cod_art=184 em 12/12/06

Sou elite, tenho uma família que me apóia e que me educou com afinco.
Sou elite, pude estudar em boas instituições de ensino.
Sou elite, conclui curso superior e arranho bem no inglês.
Sou elite, tenho caráter e moral ilibada.
Sou elite, pratico esporte, tenho boa alimentação e saúde.
Sou elite, tenho um bom emprego com boa renda.
Sou elite, tenho acesso a informações nos melhores meios de comunicações.
Sou elite, tenho consciência e preocupação ecológica.
Sou elite, me preocupo com os problemas sociais de nosso país.
Sou elite, sempre que posso, participo de programas voluntários e faço doações para instituições assistenciais.

Me considero elite, num país de enormes desigualdades sociais. Apesar de a palavra "elite" ser pejorativa para alguns, me sinto honrado e, por que não dizer, orgulhoso de fazer parte de uma elite.

Aos que também se consideram parte da "elite" ou que tenham preocupações sociais, recomendo acessar o site: www.fundocrianca.org.br e verificar como é fácil fazer uma doação para alguma instituição que apóia crianças e adolescentes carentes de nossa cidade, e ainda ter abatimento no imposto de renda.

Tenho ciência de que a falta de oportunidades é a maior causadora da enorme desigualdade social, dos conflitos sociais e violências, bem como do crescimento econômico pífio de nosso país.

Espetáculo da Estagnação

Artigo publicado: “A Gazeta” de 06/03/07, “Folha do Estado” de 06/03/07, site Mato Grosso On-line de 05/03/07 (http://www.matogrossoonline.com.br/categoria.php?cat_id=6 )

A economia brasileira enfrenta um dilema: como lidar com o fato de que nossa moeda está se valorizando cada vez mais em relação ao dólar. Setores da economia dizem que a taxa cambial não está “normal”, e que o dólar deveria sofrer valorização em relação ao real. O que ocorre é que moedas são como qualquer outra mercadoria - sofrem oscilações de acordo com a oferta e demanda do “produto”.

O Governo Federal para atender alguns setores, principalmente os exportadores, está recorrendo ao mercado financeiro, comprando dólar com o intuito de tentar elevar o preço dessa moeda. Mas até quando o governo remará contra o mercado? E que custo isso terá?

A valorização da moeda nacional se deve, basicamente, à grande entrada de moeda estrangeira no país, seja por meio de investimentos (financeiro e produtivo) ou devido ao superávit na balança comercial (exportações maiores que as importações), ou seja, mais entrada de dinheiro estrangeiro do que saída (via pagamento das exportações). O resultado desses fatores foi que em 2006 houve saldo positivo (entrada menos saída) de US$ 37,27 bilhões, o maior valor desde 1982.

Uma saída para atenuar a crescente valorização de nossa moeda seria reduzir o superávit comercial brasileiro. Considerando que tentar diminuir as exportações seria um descabimento, a solução seria aumentar o volume das importações. Um corte nas altas alíquotas de importação tenderia ao aumento das importações. Além de “regular” o câmbio, também teria como efeito benéfico o aumento da competitividade (devido a maior concorrência), controle da inflação (produtos importados mais baratos) e possibilidade de modernização do maquinário industrial (aumento na produtividade).

Há dois pequenos empecilhos na redução da alíquota de importação. O primeiro é a má vontade e a ganância do executivo em arrecadar impostos, sem mencionar o pensamento jurássico do governo federal em relação à economia. Outro problema é o gargalo logístico pelo qual o Brasil passa.

Para que se aumente o fluxo do comércio exterior, há necessidade de melhor infra-estrutura logística. Nossos portos são reconhecidamente lentos, caros e cheios de amarras, além de estarem operando praticamente na capacidade máxima. Ferrovias e rodovias no Brasil, como todos sabem, são subutilizadas e requerem investimentos maciços para melhoria e ampliação. Nossos aeroportos também estão longe de funcionar a contento. Com a infra-estrutura atual, não há espaço para aumento substancial no comércio exterior.

Como não há sinalização para soluções desse e de outros problemas brasileiros, parece que nosso Brasil será um eterno “país em desenvolvimento”. Mesmo assim, o Governo Federal comemora o segundo menor crescimento dentre os países da América Latina. Enquanto a maioria dos países surfa em grandes ondas de crescimento, Lula e sua equipe soltam rojões por estarmos “pegando jacarés” em marolinhas pífias.

"Novo" Presidente, Velhos Desafios

Artigo publicado em 30/10/2006 www.matogrossoonline.com.br/artigo.php?id=89678 www.24horasnews.com.br
Folha do Estado de 01/11/06

Findo o processo eleitoral, cheio das tradicionais acusações, promessas e populismos tão comuns aos candidatos, é hora de a sociedade começar a discutir sobre um projeto para alavancar o desenvolvimento do país.

Nas campanhas muito foi dito sobre redução da taxa de desemprego, baixa da taxa de juros, crescimento econômico e outras tantas promessas feitas pelos candidatos. Uma coisa é ser favorável aos bons índices, outra coisa é mostrar os meios possíveis de alcançá-los. É claro que nenhum candidato promete desemprego, recessão, violência etc, mas se não apresenta propostas claras de como combatê-los, suas palavras ficam no plano da fantasia. É tempo de mobilização para analisar os meios de colocar o país nos trilhos do desenvolvimento.

A esquerda sempre primou por defender a idéia de repartir o “bolo”, dar igualdade aos cidadãos. Já a direita, prima pelo crescimento e pela igualdade de oportunidades (leia ensino gratuito de qualidade para todos). Dos discursos dos finalistas à presidência, não se pode dizer que um pregava um discurso 100% de direita e nem que o outro era totalmente de esquerda. Mas é inegável que Lula estava mais próximo dos ideais esquerdistas e Alkmin, dos da direita.

No Brasil e na América do Sul, a esquerda mais radical disseminou um discurso contra o capitalismo. Falar em privatização, capital externo e lucro é algo próximo a coisa do capeta. Essa idéia está infiltrada na sociedade, tendo inclusive personalidades importantes que defendem e apóiam ao extremo o socialismo. Recordo de Chico Buarque, Luis Fernando Veríssimo e do baixinho Maradona que apóiam e divulgam esse modelo econômico. Gostaria de saber se um desses gênios de suas artes estaria disposto a dividir seus bons ganhos com profissionais não muito talentosos. É o que o socialismo prega, distribuição e igualdade a todos. Uma coisa é igualdade de oportunidades, outra totalmente diferente é querer igualar todos os cidadãos num mesmo nível. Onde fica a diversidade dos seres humanos?

Igualdade de oportunidades se traduz, principalmente, em ensino gratuito de qualidade e oportunidade de empregos. Nesse ponto o Brasil caminha na contramão da lógica. Além de a verba para a educação ser pouca e mal aplicada, do total investido em educação apenas 11% vão para o ensino elementar, 11% para o ensino médio e 50% destinam-se ao ensino superior. O resumo disso é que o ensino básico não tem qualidade e dificilmente alguém com ensino público consegue uma qualificação descente ou mesmo acesso ao ensino superior.

É hora de a sociedade discutir privatizações, PPPs, tamanho do Estado, investimentos em infra-estrutura, reforma política, do judiciário e previdenciária. Esses debates devem ocorrer sem ideologismos. Sempre costumo dizer que em economia não há mágicas. Por vezes é até possível realizar alguns truques, mas economia é soma, subtração, multiplicação e divisão. Falar que as privatizações foram ruins para o país, é negar números e a história de sucesso de vários paises (veja-se o exemplo da telefonia brasileira). Se estatização fosse bom, Cuba e Venezuela seriam ótimos paises para se viver.

Nosso país merece e precisa de projetos modernos, que privilegiem crescimento econômico e propiciem mais igualdade de oportunidades, mas isso sem recorrer a manuais mágicos ou ideologismos populistas.

Em Tempo: Brasil na Copa do Mundo

Artigo escrito em agosto de 2006

Estava esperando passar a euforia da Copa do Mundo para analisar esse tema que costuma dominar os diálogos e as emoções na época do campeonato.

Por mais que me esforce, até hoje não consigo compreender o porquê de a grande maioria dos brasileiros se transformar em patriotas somente enquanto o país vai bem nessa competição. Será que amar, cuidar e curtir nosso país depende apenas da vitória de uma única modalidade esportiva?

Outro ponto que não consigo compreender é o fanatismo de muitos, seja pela seleção brasileira, por algum time, partido político ou religião. Acho que o fanatismo torna as pessoas menos críticas e tolerantes sobre outros pontos de vista, não sendo raro usar de truculência para defender sua maneira de pensar.

Voltando à copa do mundo, de quatro em quatro anos fico indignado com a energia que a mídia e a população despendem sobre essa competição. O país pára exclusivamente para debater sobre jogadores, equipes, estratégias de jogo etc. Tenho por convicção que nosso país seria bem melhor estruturado se os eleitores utilizassem ¼ dessa energia para ler e discutir sobre economia, política ou mesmo sobre os candidatos.

Durante os jogos do Brasil, o país fica estagnado numa corrente de emoção coletiva. Até certo ponto não vejo isso como algo tão negativo, afinal os brasileiros são um povo alegre e que gosta de se reunir e festejar. Mas francamente, há situações que são ilógicas e até mesmo imorais. Me recordo de um jogo transmitido às 15 horas. Na parte da manhã, fui a um órgão público e simplesmente não houve expediente. Uma coisa é festa e alegria, outra coisa é preguiça e malandragem.

Não sou um especialista em futebol, mas é lamentável a reação de alguns torcedores brasileiros após a derrota. Gostaria de esclarecer alguns pontos, apesar do Brasil ter uma tradição no futebol e ter bons jogadores, existem outras boas equipes. A seleção brasileira é a única pentacampeã, isto é um feito e tanto, mas nem por isso torna o time invencível. Creio que o Brasil seja mesmo insuperável somente nos quesitos corrupção e impunidade.

Após a derrota, sempre há os analistas que procuram achar um responsável. Torcedores chegaram a queimar uma estátua do Ronaldinho, numa tremenda falta de respeito e educação com um dos melhores jogadores do mundo. E como quase sempre a "culpa" cai sobre o técnico, alguns disseram que a equipe estava cheia de estrelismo, mas vai o Parreira não convocar as estrelas... é capaz dele ser deportado do Brasil. Na minha humilde opinião, não creio que o país tenha "perdido". Um país que está sempre se arrastando, economicamente, conseguir estar à frente de grandes países desenvolvidos é um grande feito. Claro que poderia ser melhor, mas de lições das derrotas é que se consegue melhorar.

Num Brasil de mensalão, sanguessuga e impunidade, parece que a nova seleção do Dunga, ainda ocupa tanto ou mais espaço nas conversas do que a sujeira de parte do Congresso. A impunidade agradece esse desvio de foco.

Sempre que exponho meu ponto de vista crítico sobre o tema, por vezes sou taxado de anti-patriota. Mas, se amar e respeitar o país for esse fanatismo pela seleção e somente quando consegue vitória... então realmente não sou patriota.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Lula, Imperador do Brasil

Artigo publicado no jornal “A Gazeta” de 03/05/06
Em 03/05/06 no site 24horasnews
www.24horasnews.com.br/evc/index.php?mat=1058
Em 03/05/06 no site Matogrossoonline www.matogrossoonline.com.br/artigo.php?id=60050

Num de meus devaneios, vislumbrei uma situação que a princípio pode parecer absurda, mas após reflexão vi que seria uma ótima alternativa para o Brasil: proponho que nosso país seja transformado numa Monarquia e que Lula seja declarado Imperador do Brasil.

Lula carrega um carisma enorme, é só verificar o alto índice de aprovação, mesmo após denúncias confirmadas de corrupção envolvendo altos escalões do governo. E não é somente quem recebe esmolas sociais que aprova o governo petista, não é raro encontrar pessoas que lêem revistas e jornais afirmando que a corrupção não existiu, que o governo é uma maravilha e que a “elite”, a “direita” e outros monstros do mau é que inventam coisas contra o governo.

Mesmo que para mim e para muitos Lula cause repugnância, o presidente tem enorme respeito e prestígio dentro e fora do país. Por que não aproveitar isso para algo positivo? Que tal colocar o Rei Lula sentado num trono ou passeando e acenando para seus súditos? Seria bem menos prejudicial do que deixá-lo (des)governando e possibilitando a criação de quadrilhas nas várias instâncias do governo.

Seria uma dupla perfeita: um presidente de verdade, que fosse capaz, trabalhador, moderno e inteligente e o Rei Lula como uma figura decorativa, que ficasse impossibilitado de exercer quaisquer funções executivas ou mesmo de indicação a “nenhunzinho” cargo sequer. Lula teria apenas a função de não se opor ao governo e de respeitar as leis brasileiras. Pronto, o país só teria frutos a colher, aproveitaríamos a competência de um presidente de verdade com a desenvoltura de um Rei para visitar países, tirar fotos com roqueiros famosos, entrevistar cosmonautas, tirar fotos tapando buracos em rodovias, ser filmado com a mão suja de petróleo e outras técnicas populistas de marketing.

Talvez Lula, tornando-se Rei, poderíamos até realizar a vontade que o presidente demonstrou ao querer ir para o espaço. Aos supersticiosos, tenho a acrescentar que presidente atual carrega uma boa dose de sorte, afinal em sua gestão não pegou nenhuma crise internacional para balançar as estruturas da economia. Lula manteria seu “pé-quente” no governo, mas seria apenas uma figura decorativa, onde não fizesse diferença se ele não teve instrução, de nunca ter lido um livro sequer e ainda orgulhar-se por isso, que não atrapalhasse o fato dele não ter experiência administrativa alguma em sua “carreira” até exercer a função mais importante do país.

Fica aqui a minha sugestão para nosso país, e que nas próximas eleições possamos escolher alguém que realmente venha suprir os requisitos essenciais que o cargo de um presidente requer.

Crise no Campo

Artigo publicando no site: www.matogrossoonline.com.br/artigo.php?id=62893


Nosso país vive a chamada crise do campo. Muito se tem noticiado as dificuldades que está passando o setor agrícola no país, soja principalmente. Como a economia de Mato Grosso depende consideravelmente da monocultura de soja, vários políticos, lideres das mais variadas categorias, empresários, comerciantes, industriais e outros tem apoiado o movimento dos agricultores, até mesmo como uma maneira de que a economia do Estado não despenque em declínio.

Está em moda artigos e discursos aclamados e carregados de emoções sobre as dificuldades que se encontram os agricultores. Mas recordando os manuais mais antigos e básicos sobre economia e administração de empresa, diz-se que empresários são pessoas dispostas a correr riscos, e investir seu tempo e dinheiro em algum empreendimento com o objetivo da obtenção de lucro. Correr riscos, significa possibilidade perdas. É essa regra que rege o mundo capitalista e que propiciou diversas inovações, prosperidade e melhoria da condição de vida dos seres humanos.

Vários produtores que se auto proclamam modernos e eficientes, realmente isso pode ser uma verdade se somente for analisado a parte da produção, mas, agricultores são empresários e como tal devem gerir não só a produção, mas também cuidar da logística, projetos de expansão, fluxo de caixa, finanças, perspectivas e projeções futuras, etc. Isso deve permear a administração em todos os setores da economia, e na agricultura não deveria ser diferente. Planejar significa saber a hora de expandir, de ampliar mercado, a hora de investir mais em tecnologia, bem como a hora de enxugar e reduzir atividades para passar pelos solavancos de oscilações do mercado. Essas decisões devem ser baseadas em análises de mercado, e não apenas sob ponto de vista de apaixonados, onde só conseguem enxergar expansão e mais expansão, sob qualquer custo.

Só para ilustrar, já alguns anos atrás, analistas e revistas sobre economia e negócios já sinalizavam para a dificuldade no setor da soja e vislumbravam bons retornos no setor sucro-alcooleiro, fruticultura, agricultura orgânica dentre outros. A informação estava disponível a qualquer um, enquanto isso, alguns empresários ainda apostavam na fórmula de pegar o máximo de empréstimo bancário e expandir ao máximo as áreas plantadas.

Acho descabida a maior parte das reivindicações dos agricultores. Querem que o governo estabeleça preço mínimo para seus produtos é na verdade o estabelecimento de subsídio e controle governamental, prática altamente maléfica para a eficiência do setor e da economia de um país. A prática de subsídio foi inclusive alvo de briga entre produtores brasileiros de algodão, que reivindicaram e ganharam uma batalha judicial junto a OMC (Organização Mundial do Comércio) contra produtores estrangeiros que recebiam pesados subsídios governamentais. Vale lembrar o passado recente em que produtores de álcool recebiam pesados subsídios governamentais que teve como resultado um setor dependente de subsídios. O programa de álcool como combustível quase acabou, e só retornou e com força quando os subsídios acabaram e usineiros improdutivos quebraram ou venderam seus negócios para os mais eficientes.

Outra reivindicação é no quesito logística, realmente o escoamento da produção é onerosa e difícil, mas não era diferente de quando os produtores plantaram, será que esse cenário não foi levado em conta no plantio? Não houve um projeto de negócio? Não fizeram contas? Outra reivindicação é com relação à taxa cambial. Qualquer empresa que tenha influência do mercado externo, é recomendável uma prática comum no mercado financeiro que se chama hedge, que é um tipo de seguro contra oscilações bruscas de taxa de câmbio. Qualquer administrador financeiro tem por obrigação conhecer e analisar esse recurso, e caso a empresa queira economizar e correr altos riscos, que arque com isso.

Ouvi críticas ferrenhas de agricultores mais exaltados ao setor bancário, eles alegam lucros exorbitantes desse setor. Ora, se querem viver num mundo capitalista, lucro não deve ser sinônimo de algo diabólico. Se o setor bancário está vivendo um bom momento, ótimo para eles, garanto que nenhum banqueiro obrigou agricultores a pegar dinheiro emprestado, e nem alteraram o contrato ou a taxa de juros combinadas. Quando agricultores obtiveram bons lucros, nenhum banqueiro ou qualquer empresário de outro setor ficou criticando. Parece que o socialismo ainda permeia muitos pensamentos de empresários, só querem ser capitalistas quando lhe é benéfico. Deixem o setor bancário em paz, com seus bons lucros. O país precisa desse setor forte para poder alavancar o crescimento do país.

Recordo que uns 3 ou 4 anos atrás tive a oportunidade de conhecer um produtor de soja na região de Tangará da Serra. Este senhor foi um dos desbravadores da região e me contou com orgulho as dificuldades que passou até se tornar um grande produtor. Nessa época, ele relatou que até então estava obtendo bons retornos financeiros, mas que já vislumbrava um futuro não muito promissor. Apesar de ter pouco estudo, esse senhor possuía grandes conhecimentos do mercado, e estava atualizado nas notícias políticas e econômicas do país e do mundo. Lembro que ele contou que recusava empréstimos oferecidos por bancários. Ele, como muitos brasileiros com o mínimo de conhecimento, sabia que mesmo sendo oferecidos empréstimos com juros baixos para os padrões brasileiros, era um valor alto se levar em conta realidade de países estáveis. Sendo assim, ele só passava nas agencias bancárias para depositar os bons lucros da época.

Creio que parte do setor agrícola de nosso país necessite de administradores e profissionais competentes, inclusive de bons marketeiros para poder orientar uma melhor maneira de realizar protestos. Impedir um cidadão de transitar seria uma boa forma de ganhar apoio da população? Atear fogo em caras colheitadeiras é uma boa forma de mostrar o drama financeiro que estão passando? Realmente os agricultores deveriam rever seus modos de protestar, o que alguns estão fazendo é somente colocar a população contra eles.

É inegável que o setor agrícola não passa por bons momentos, independente se é culpa das estradas precárias, taxa cambial, incompetência na gestão financeira e estratégica dos empresários ou quaisquer outros problemas deve-se deixar a lei de Darwin atuar na economia, onde somente as empresas mais fortes ou mais adaptadas devem sobreviver, isso sim, faria um setor forte, estável e lucrativo.

Desrespeito aos Pedestres

Este não é um artigo, e sim uma reclamação que enviei para a SMTU em 03/04/06. Publicado no jornal Mato Grosso on-line www.matogrossoonline.com.br/artigo.php?id=57274

Além de motorista, sou pedestre grande parte do tempo em que transito em nossa cidade. Há tempos venho observando o aumento do desrespeito aos pedestres por grande parte dos motoristas. E, o que é pior, com a complacência do Estado em não fiscalizar e deixar de punir o descumprimento as leis de trânsito.

Em alguns pontos de nossa cidade, é bastante comum motoristas estacionarem em cima da calçada ou em faixas de pedestres. É um absurdo o pedestre ser obrigado a se deslocar pelas ruas e avenidas da cidade, pois folgados utilizam calçada como estacionamento. Isso quando não há bares, lanchonetes e padarias que ocupam todo a calçada com mesas como se fosse extensão da propriedade particular.

Essa situação muito me aborrece, e infelizmente nada posso fazer a não ser continuar a ficar zigue-zagueando entre calçada e rua para me locomover. Onde está o bom senso dos motoristas? Onde está a fiscalização para instruir e punir os que desrespeitam as leis?

Para completar, gostaria de salientar que quase não se vê pessoas com deficiência de locomoção nas ruas de Cuiabá. Isso ocorre não pelo fato de não existirem portadores de deficiência, mas porque simplesmente é impossível a locomoção de um deficiente físico em nossa cidade. Como se já não bastasse o pouco acesso com rampas, poucas calçadas sem desníveis ou obstáculos e ainda há os maus motoristas com a maior falta de respeito, o que termina por “proibir” o acesso de indivíduos com necessidades especiais.

Termino lamentando o desrespeito à liberdade de ir e vir de alguns, e tendo a expectativa que algum dia todos possamos transitar sem desrespeito, e que quem faz receba a devida punição.

Exemplos Petistas para a Sociedade

-11/04/06 no jornal Mato Grosso on-line www.matogrossoonline.com.br/artigo.php?id=57504
-12/04/06 no 24horasnews www.24horasnews.com.br/evc/index.php?mat=1039


Em sua gestão, Lula e seus companheiros têm transmitido muitos exemplos para nossa nação. Seria como os ensinamentos que um pai passa para o filho, ensinamentos que devem ser aprendidos e exercidos no decorrer da vida. Vejamos alguns desses exemplos:

-Para que ler e estudar? Lula se orgulha de nunca ter lido um livro e ter nascido analfabeto (como se alguém nascesse sabendo ler e escrever) e conseguiu chegar ao cargo mais importante do país. Para se dar bem na vida não há necessidade de muito esforço;
-Usar caixa 2 (ou dinheiro não contabilizado, como os petistas preferem chamar). Esse exemplo também é bastante útil para empresas que querem sonegar impostos;
-Pode e deve-se quebrar regras, desde que nos favoreçam, é claro. A quebra do sigilo bancário do Sr. Francenildo Santos Costa foi um exemplo de que leis podem ser descumpridas para nosso favorecimento. Uma pena que, nesse exemplo, o feitiço ficou contra o feiticeiro barbudo;
-Não contrariar amigos, mesmo que estejam agindo errado. A política do governo Lula em não interferir nas barbáries que o MST está cometendo é uma afronta às leis. Para que contrariar amigos se num futuro próximo teremos que contar com os votos deles?
-Fugir sempre dos problemas. Qual o motivo de enfrentar repórteres e ter de ficar respondendo questões constrangedoras?
-Planejar para que? Pensar e planejar cansa. O Sr. Lula e sua equipe não vêem necessidade de planejamento. Isso pode ser visto na operação “emergencial” de tapa buracos, que foi realizada em plena época de chuvas. Além disso, como era emergencial, deu para fugir de licitações e outras coisas trabalhosas;
-Negar um fato até que vire verdade. Creio que ao se negar um fato óbvio e comprovado, dá para enganar a maioria. Ou mesmo pode-se jogar a culpa na “elite”, na oposição, no capitalismo, ou qualquer outra força “maligna”;
-Divulgar somente as coisas que nos favoreçam. Divulgar o crescimento do PIB, que a economia está pujante foi realmente bom para o governo do PT. Mesmo que esse número não seja lá muito positivo, foi o segundo pior crescimento do PIB da América Latina;
-Como comemorar uma vitória, mesmo zombando de todo o resto da população. O PT, representado pela bailarina-deputada nos ensinou a comemorarmos nossas vitórias. Mesmo que essa vitória seja da impunidade e do corporativismo;
-Marketing é tudo. O tão divulgado programa Fome Zero, na verdade não passa de puro marketing, não mais do que isso. O governo conseguiu se promover e mobilizar grande parte da população - inclusive personalidades ilustres do exterior - para esse grande programa social de resultado zero. De marketing e de marketeiros o governo petista está indo bem;
-Pactuar com o envio ilegal de dinheiro para o exterior, mesmo isso seja prejudicial para a economia. Afinal, estamos prejudicando os “outros”, e não a nós mesmo;
-O governo petista se especializou em mandar pessoas para o espaço. Primeiro foi Waldomiro Diniz, depois alguns ministros e também presidentes de estatais e por último o astronauta Marcos Pontes, que torrou 10 milhões de dólares em experiências de plantar feijões no espaço;
-Tentar calar a boca de quem é opositor ou ousar dizer verdades. A tentativa da lei da mordaça contra a imprensa seria uma ótima política para tapar a boca de quem não é aliado, uma pena a ditadura ter caído já faz um tempinho.

Para infelicidade do país, a grande maioria dos eleitores não têm acesso a informações reais; o que uma parcela da população tem é acesso é aos programas assistenciais que o governo vem ampliando para tentar se perpetuar no governo. É a chamada esmola social em prol da reeleição.

Enfim, o PT tem inúmeros “desexemplos” para passar à nossa sociedade, mas infelizmente nada disso é o que o país está precisando. O que o Brasil precisa, mais do que nunca, é de ordem para poder alcançar o progresso.

Discurso do Alquimista

Publicado em 25/04/06: www.matogrossoonline.com.br/artigo.php?id=59199

Participei do Seminário “Renovar Idéias: o futuro da agropecuária no Brasil”, que contou com a presença do pré-candidato à Presidência da República, o sr. Geraldo Alckmin. O evento contou com algumas palestras com dados e perspectivas do setor agropecuário, depois foi dada a palavra para alguns empresários do setor e também a políticos do Estado. Como o setor da soja não está indo bem, era de se esperar muita choradeira e alguns discursos inflamados de políticos querendo angariar votos a custa de promessas.

Foram feitas várias reivindicações por parte dos agricultores, desde as mais do que justas até as mais arcaicas e absurdas para uma economia moderna. As principais solicitações foram as seguintes:

- Melhor infra-estrutura. Realmente o Mato Grosso pode ser considerado isolado do resto do país, além do único e caro meio de transporte ser o rodoviário, a qualidade das rodovias já estão abaixo de péssimo. Se o governo não tem competência ou recursos financeiros para viabilizar ferrovias, hidrovias e mesmo rodovias de qualidade, que deixe o setor privado cuidar disso, seja através das PPP, privatização ou novas concessões;

- Uma das maiores reclamações dos produtores foi com relação à taxa do câmbio. Fiquei indignado ao ver pessoas ainda defendendo o dólar controlado artificialmente. Esse foi um dos maiores erros do ex-presidente FHC, que quase levou o país a bancarrota. O próprio FHC assume essa trágica falha.
Chega de ortodoxia na economia. A taxa de juros não deve ser controlada pelo governo, e sim pelo mercado. O valor do câmbio, tem inúmeras variáveis, sendo que muitas delas dependem do fluxo de capital mundial e outras variáveis externas. Imagine o nosso Real querendo “brigar” com o Dólar e o Euro para manter uma determinada taxa. Seria como a luta de uma formiguinha contra dois Leões.
Se o real valorizado é ruim para determinado setor, é bom para alguns outros e também para grande parte da população. Atualmente, industrias estão possibilitadas importar máquinas e equipamentos de última geração a preços melhores. Cidadãos estão tendo acesso a produtos importados com preços razoáveis (eletrônicos, informática, celulares, etc). A taxa deve ser definida pela famosa regra de oferta e procura;

- Produtores reivindicaram preço mínimo para a produção. Isso se traduz em subsídios e controle governamental, coisa que o Brasil tem lutado para que essa prática seja extinta da economia mundial. Vale lembrar o passado recente em que produtores de álcool recebiam pesados subsídios governamentais. Resultado, o setor ficou em decadência por um longo período e só voltou a prosperidade após o término destes;

- Seguro contra a safra: realmente foi uma boa reivindicação, mas não é o governo que deve viabilizar isso. Talvez o governo devesse abrir o mercado de seguros para que empresas do exterior pudessem atuar nesse tipo de seguro, com apólices mais baratas.

Vale lembrar que agropecuaristas são nada mais nada menos que empresários, e como tal devem estar sujeitos as intempéries do mercado como qualquer outro empresário. A eficiência e livre mercado devem ser buscados sempre, visando assim a maximização nos lucros. Empresários devem correr riscos, e estarem sujeitos a concordatas, falências e turbulências. Que os mais competentes se sobressaiam e os piores se retirem do mercado.

Voltando à palestra ministrada pelo Sr. Geraldo Alckmin, apesar da choradeira e dos apelos do setor ao pré-candidato, ele ouviu com atenção e em seu discurso a única coisa que prometeu foi trabalhar duro e com inteligência. Fiquei fã do Alckmin pois ele não fez nenhum discurso populista, não fez promessas, não gritou, não deu murro em mesa ou qualquer outra prática tão comuns dos políticos tradicionais. Já que a população sempre clama por um candidato que não seja igual a todos que aí estão, apareceu uma oportunidade. Comecem a prestar mais atenção nas palavras e nos atos do Sr. Alckmin.

Brasil, Terra da Impunidade

Artigo publicado em 18/04/06 no jornal “Folha do Estado”
Em 30/04/06 no jornal “Diário de Cuiabá” http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=252293

Na cultura brasileira impera a impunidade, grande parte dos cidadãos carrega consigo esse terrível mal. Quem não pensa que pequenos ou grandes atos ilegais não sofrerão punição alguma, nem pelo judiciário ou mesmo da sociedade? Quem nunca deixou de denunciar algum fato por achar que nada irá acontecer?

Quando um cidadão desrespeita uma lei, ele está prejudicando a sociedade, ou seja, a si próprio, e ainda achando que está levando alguma vantagem. Não há nada pior do que ter uma sociedade desestabilizada, injusta e com leis não cumpridas. O custo da impunidade é alto. Alguns estudiosos e economistas dizem que o PIB brasileiro poderia ser 2% maior com uma corrupção “moderada”. Essa praga retém o país ao subdesenvolvimento e estagnação.

A impunidade ao se furar um sinal de trânsito, furar uma fila, roubar um chocolate no supermercado ou desviar milhões de reais do governo faz com que levar vantagem vire moda. Parece que essa prática já está entranhada em nossa cultura.

Além de enferrujar as engrenagens da sociedade, a impunidade desmotiva os cidadãos corretos. Até que ponto pessoas honestas e de bons princípios ficarão vendo os malandros se dando bem? Até quando veremos pessoas “se dando bem” sem o devido mérito?

É lamentável para empresários honestos assistir a concorrência utilizando práticas escusas e ilegais sem que nenhuma punição ocorra. As vezes é até preciso decidir: ou entrar no esquema da corrupção e sonegação ou encerrar as atividades, cedendo espaço para a concorrência que por vezes nem é mais eficiente, apenas desonesta.

Até que ponto vale a pena o governo ficar evitando a abertura de CPI, ou mesmo de tentar abafar investigações de corrupção? Onde fica o exemplo para a sociedade que o crime não compensa? Ou será que o crime ainda compensa?

O PT que tinha como bandeira a ética e a honestidade, já no ano de 1995 começou a mostra sua face verdadeira. Nesse ano o petista Paulo de Tarso Venceslau denunciou a Lula que seu compadre, Roberto Teixeira, vinha cometendo irregularidades nas prefeituras governadas pelo PT. Venceslau acabou sendo expulso do partido. Após esse episódio ocorreram muitos outros: a tentativa de barrar investigações sobre o assassinado do ex-prefeito Celso Daniel; irregularidades na aprovação das contas da ex-prefeita Marta Suplicy; o caso Waldomiro Diniz; os mensalões; a utilização de caixa 2 em campanhas eleitorais; dinheiro em cuecas; envio de dinheiro escuso para o exterior; quebra de sigilo ilegal; desvio de dinheiro de estatais; de contratos irregulares e muito mais. A lista parece interminável.

Lamentável também assistir a absolvição de deputados que utilizaram dinheiro ilícito. O congresso em seu corporativismo demonstrou para o Brasil que a impunidade está mais na moda do que nunca, e com o voto secreto, fica difícil para o eleitor saber quem é quem nesse lugar.

Minha dúvida é: Como mudar essa nossa cultura de impunidade? É lamentável assistir empresários honestos fechando suas portas e muitas mentes grandiosas simplesmente abandonando o país em busca de uma sociedade mais justa e honesta.

Faz muito tempo que o Brasil está precisando de ordem para poder alcançar o progresso.

Lula X FHC

Artigo publicado no jornal Folha do Estado de 21/03/06 e publicado parcialmente no jornal A Gazeta de 25/03/06.

O início das campanhas presidenciais é carregado de troca de farpas e comparações entre o ex-presidente tucano e o atual presidente petista. Fico indignado com algumas bobagens que são proferidas de ambas as partes, mas, como sou um admirador do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e por não gostar de injustiças, gostaria de tentar esclarecer alguns pontos.

Primeiro vale ressaltar que comparações entre os dois governos são meio sem nexo, pois, apesar das proximidades das gestões, os presidentes pegaram cenários internos e externos diferentes. Uma grande injustiça que vejo é comparar os números e índices econômicos das duas gestões. Ocorre que no último ano de FHC (2002) houve uma enorme fuga de capital do país, ocorreu também um aumento inflacionário decorrente do receio do que poderia ser o governo Lula. Isso sem mencionar o ataque terrorista em 2001, que fez a economia mundial estremecer e estagnar nos anos que seguiram.

Mas, mesmo que se ignore esses fatos citados anteriormente, alguns petistas comemoram e fazem questão de divulgar números de crescimento econômico. Realmente, se pegarmos valores absolutos, o governo do PT se sai melhor até a presente data; mas se compararmos a diferença do crescimento econômico nacional com a média de crescimento mundial, os números do governo FHC são melhores, mesmo levando em conta o trágico ano de 2002.

Só para ilustrar, o Brasil teve em 2005 um crescimento do PIB de 2,3%, se analisarmos esse número isoladamente poderemos ter como positivo esse crescimento. Só que o Brasil teve o segundo menor crescimento da América Latina no ano passado, perdeu apenas para o Haiti, que se encontrava em guerra civil. A média mundial de crescimento do PIB em 2005 foi de 4,3%, mesma média da América Latina. O Brasil ficou distante dos países classificados como emergentes, onde vários tiveram crescimento acima de 6%.

Aproveito para destacar um ponto em que o ex-presidente tucano foi irrepreensível em sua conduta: em sua gestão, o ex-presidente preparou uma passagem de governo do mais alto nível e serenidade, coisa rara entre opositores. A maturidade de FHC na transição proporcionou que a economia não desandasse mais do que já estava ocorrendo, e propiciou uma rápida recuperação da economia no início do governo petista. Esse fato também afetou - mas de maneira positiva - os números da gestão Lula, visto que o PT pegou alguns índices econômicos péssimos (devido aos fatos citados anteriormente). Acompanhando as metáforas lulísticas, seria como se um bom time tivesse caído para a terceira divisão. Com pouco esforço consegue-se que ele suba para a segunda divisão. Querer ignorar esses fatos é uma injustiça, é distorcer a história e os fatos de nosso país.

Vale lembrar que, apesar de meus comentários e da minha admiração por FHC, não sou um fã incondicional. Não acho FHC uma pessoa sem falhas, nem que sua gestão tenha sido perfeita. A meu ver FHC cometeu erros, e sou capaz de assumir e identificar alguns. Mas que justiça seja feita.

Infeliz Comemoração do Dia da Mulher

Artigo escrito em 08/03/06

Muito me entristeceu ver como algumas mulheres comemoraram o Dia da Mulher. A invasão e destruição da fazenda da Aracruz por algumas mulheres foi uma maneira bárbara de se comemorar essa data importante. A fazenda teve o laboratório e estufas destruídas, mudas que seriam utilizadas em reflorestamentos depredadas, tudo isso num pôr-do-sol que deveria ser festivo e de alegria.

Historicamente falando, são os homens que sempre promoveram destruição, guerras, brigas, desmatamento, injustiça e violência. Infelizmente, um grupo de mulheres do MST acabou aprendendo o que alguns homens têm de mais podre. Acabaram esquecendo a doçura, a preocupação com o próximo, a paz, a preservação e outras qualidades mais inerente às mulheres do que aos homens.

O movimento dos sem-terra há muito perdeu a razão, e infelizmente o governo federal parece conivente com a baderna e falta de respeito às leis e ao direito à propriedade. O MST aproveitou uma linda data para promover o que mais sabe fazer: injustiça, destruição, algazarra e desrespeito às leis.

Saques (que para mim deveria ser chamado de roubo), invasões, quebra-quebra, raptos e fechamento de rodovias ferem leis, desrespeitam cidadãos de bem e transformam nosso país numa baderna. Tudo isso com a alegação de ser um movimento social.

Para terminar, quero lembrar de uma vida inocente perdida anos atrás. Baderneiros em nome do "social" fecharam uma rodovia no Nordeste para saquear caminhões. Como era noite e nada estava sinalizado, um motorista assustou-se com a aglomeração de pessoas e, numa manobra brusca, fez o caminhão sair da pista e capotar. Desejo que esse motorista inocente descanse em paz.

Criíticas sem Coerência

Artigo publicado na Folha do Estado de 14/03/06

É comum pessoas tidas como esclarecidas reclamarem das mazelas que afligem a nossa sociedade. Reclamações do trânsito caótico, criminalidade, sujeira nas ruas, corrupção, dentre outras são bastante comuns.

Reparei que a grande maioria dos reclamantes são colaboradores dos problemas da nossa querida cidade. Parece que na hora de reclamar, as pessoas não conseguem enxergar que alguns de seus atos são causadores de agravamento dos problemas.

Lamentável ver pessoas críticas, muitas vezes com bons níveis escolares, colaborar com práticas que não deveriam existir em sociedades organizadas. Será que estou exagerando, ou alguém já presenciou um crítico do trânsito caótico andar 5 ou 10 metros na contra-mão (só esse trechinho não atrapalha ninguém, se desculparia o infrator), ou mesmo estacionar em fila dupla para pegar o filho na escola (afinal todos fazem e é só 10 minutinhos, se justificaria), furar sinal em ruas com menos movimento (não tem ninguém olhando mesmo, pensaria), estacionar na calçada (não há vagas por perto e na calçada não atrapalho o trânsito).

Pensamentos do tipo “já está sujo mesmo um papelzinho a mais não irá piorar” ou mesmo: “não tem lixeira por perto, jogando papel no chão estarei protestando contra isso”. Também já presenciei pessoas que reclamam da alta criminalidade comprarem toca CD ou outros aparelhos de origem duvidosa (roubados mesmo). Será que uma pessoa dessas não consegue enxergar que roubos só ocorrem por haver receptadores e compradores para os produtos roubados?

Criticar o que está errado é muito fácil, o difícil e correto é conseguir tirar os olhos do próprio umbigo e começar a agir de uma forma que seus atos não venham desrespeitar a convivência em sociedade e ao coletivismo. Deixar o egoísmo de, por exemplo, estacionar o carro em cima da calçada na frente de onde se quer ir e parar a 50 ou mais metros distante, deixando assim a calçada para pedestres e também possibilitar que cadeirantes também possam se locomover de um modo digno. Ou mesmo recusar a oferta de pagar “uma cervejinha” para evitar uma multa merecida são atos que distanciam um crítico sem nenhuma coerência de um cidadão que realmente enxerga e se esforça para que os problemas da sociedade diminuam.

Esses e outros exemplos citados fazem os “críticos”, pessoas mais execráveis que muitos cidadãos com pouca instrução, e que por vezes nunca tiveram orientação ou possibilidade de acesso a conhecimentos básicos do que deveria ser uma sociedade organizada.

Benefício aos devedores

Artigo publicado no jornal “Folha do Estado” de 29/01/06

Desde cedo meus pais me orientaram a ter controle financeiro, a gastar menos do que recebo e fazer uma reserva de dinheiro. Fui educado a não dever ou fazer prestações. Eles diziam que dever e não pagar é algo errado, feio e humilhante. Sempre segui a risca esses ensinamentos, e nunca tive dificuldades, já que em situações de aperto sempre tinha um dinheirinho para emergências. Em minha vida me privei de inúmeras vontades e sempre cortei meus impulsos consumistas para ter esse controle.

Após quase 37 anos de vida, começo a questionar o que me foi ensinado. Exemplos durante a minha existência me fizeram refletir se meus pais realmente eram os donos da verdade. Recordo-me das administrações anteriores da prefeitura de Cuiabá. Todo ano havia enormes benefícios e isenções de multas para os devedores do IPTU. Recordo também que na época de faculdade (particular) alguns colegas simplesmente não pagavam durante o ano inteiro e no final, eram chamados a negociar. Geralmente as multas eram retiradas, havia parcelamento e ainda ganhavam bons descontos. Os exemplos não pararam por aí. Negociações de aluguéis atrasados, dívidas com bancos e administradoras de cartões de crédito e alguns outros exemplos também me fizeram refletir sobre a orientação dos meus pais.

Recentemente tive meu nome negativado, pela primeira vez na vida. Uma operadora de telefonia de longa distância não enviou as contas para eu efetuar o pagamento e resolveu “sujar” meu nome. O valor das ligações não é alto, mas nunca recebi nenhuma conta ou reaviso. Só me notificaram quando já haviam enviado meu nome às instituições de proteção ao crédito. Meu primeiro impulso foi de correr para limpar meu nome, exatamente como meus pais fariam. Mas não o fiz. A revolta contra a operadora foi tamanha que agora só irei pagar o valor quando retirarem meu nome do Serasa, sem cobrança de multa, com descontos e pedidos formais de desculpas. Para que eu vou correr atrás se meu CPF já foi sujo mesmo? E sabe de uma coisa? Nada em minha vida mudou. Continuo respirando, comendo e vivendo exatamente como antes. E ainda fico contente em saber que em cinco anos meu nome estará limpinho novamente!

Creio que os inúmeros processos contra devedores tenham essa causa. Não há punição para eles, e em alguns casos há benefícios e descontos. Já ouvi meu pai dizer que no Brasil o bom pagador é prejudicado, e os maus pagadores em alguns casos são beneficiados. Mas mesmo dizendo isso, meus pais sempre me orientaram a andar na linha.

Talvez em 5 anos eu volte a utilizar os serviços da operadora que me protestou. Se a minha raiva e indignação ainda forem grandes, e as leis ainda beneficiarem os maus pagadores, talvez eu faça mais débitos para ver se a empresa aprenda a respeitar um consumidor sério.

Onde está o PT?

Artigo escrito em outubro de 2005

Antes do PT alcançar grandes cargos no executivo, o partido tinha o grande diferencial de ser um partido ético, honesto e acima de qualquer suspeita. Cheguei a votar em alguns candidatos petistas, mesmo não sendo um simpatizante dos ideais do partido, votei por julgar que mesmo com idéias antigas sobre economia e mercado, o candidato poderia desempenhar com afinco e honestidade suas funções.

Infelizmente o que parece é que o PT não se difere da maioria dos partidos: cheio de corrupção, campanhas eleitorais milionárias, uso de dinheiro escuso em campanhas, favorecimento de “companheiros” e outros malefícios da política. Isso aliado a ideologias que vão de encontro com as modernas práticas administrativas e econômicas.

É lamentável ver importantes figurões petistas, cidadãos que tiveram um passado limpo e de muita luta, agora estando envolvidos nos escândalos atuais, suspeitos de estarem envolvidos na sujeira que resultou a morte do prefeito Celso Daniel, envolvidos na aprovação das contas da Sra. Marta Suplicy, contas essas que fere descaradamente a lei de responsabilidade fiscal.

Os ideais do PT, de trazer uma melhor distribuição de riquezas sempre foi uma das bandeiras do partido, realmente era bonito e utópico ver os discursos petistas. Mas esses ideais não se diferenciam de ideais da grande maioria dos partidos. Para mim, essa bandeira era carregada pelo PT como uma maneira de barganhar votos, de ser o partido do coração, um partido que iria trazer um país mais justo. Mas será que existe algum partido que era a favor da desigualdade social ou pobreza de grande parte da população? Alguns partidos primavam em seus discursos de mostrar a solução, ou seja, os meios e não o fim de se alcançar uma melhor justiça social. Isso enquanto o PT brandava contra as elites (será que deputados, senadores e outros figurões petistas também não fazem parte da chamada elite?)

O que o PT tinha de bonito e admirável está ruindo. Irá sobrar um partido, cheio de podridão e de tentativa de tampar o sol com a peneira. Será como muito outros partidos, mas será também um partido com idéias estaticionistas, com idéias de um Estado grande, cheio de funcionários públicos, um Estado com muitos privilégios para alguns, com tentativa de controle da imprensa e outras práticas inexistentes em países desenvolvidos e socialmente justos.

Mesmo eu não sendo um admirador do PT, realmente eu lamento o que está ocorrendo, e espero que todo esse mar de lama possa trazer um melhor amadurecimento político para nossa nação. Espero também que o PT consiga sair dessa podridão e amadurecer, para junto com os demais partidos, ajudar a transformar nosso país num lugar mais justo e melhor para se viver.

A Distância Entre Desenvolvimento e Subdesenvolvimento

Artigo publicado no jornal “A Gazeta” de 04/05/05

A Coréia, quando foi dividida após a segunda guerra mundial, era um único país com uma única economia. Atualmente, após algumas décadas da divisão, a Coréia do Sul tem uma renda per capta de aproximadamente US$ 10.000 e a Coréia do Norte, de pouco menos de US$ 500,00.

Essa enorme diferença se dá devido a diferentes medidas políticas, econômicas e sociais tomadas pelos governos dos dois países. Creio que a brutal diferença atual se dá devido a pequenos passos rumo ao caminho certo ou errado que cada país tomou. Cada medida dos governantes, vai direcionando o país ao sucesso ou à estagnação no subdesenvolvimento.

No Brasil, essa mesma análise pode ser utilizada. O país vai melhor ou pior devido a pequenas medidas que nossos governantes vêm adotando durante várias gestões. Claro que a sociedade, os empresários e demais setores influenciam, mas são os políticos (eleitos pela população) que traçam as diretrizes e os caminhos para o desenvolvimento ou não do país.

Recentemente, vimos um político detentor de importante cargo defender o nepotismo e exaltar algo como a monarquia e o benefício aos “amigos do Rei”, colocando a meritocracia para escanteio. Também vimos o mesmo político ser eleito presidente do Congresso por ter como sua principal plataforma eleitoral o aumento do próprio salário, aumento esse muito superior ao da inflação. Economistas vêm mostrando que é necessário diminuir o tamanho e os gastos do Estado, visto que a arrecadação de impostos está em algo em torno de 40% do PIB. Seria insano um aumento ainda maior dos gastos estatais em detrimento das necessidades urgentes de investimento, portanto, resta apenas cortar gastos e melhorar a alocação dos recursos.

Senadores querem aprovar uma lei que torna vitalícios os cargos de ex-presidentes senadores. Pode até parecer justo para um ex-presidente, mas não para inúmeros trabalhadores que pagam caro ao ter seus salários corroídos por impostos abusivos. Gostaria que o senador autor desse projeto explicasse por que apenas um tipo de servidor deve merecer um cargo vitalício. O que faz um servidor para merecer um rendimento para o resto de sua vida? Já estou até vendo essa medida se estender para presidente em exercício, vice e presidente do Senado.

Vemos a insistência do governo federal em continuar com a reforma agrária com um modelo que vem demonstrando não funcionar. São raros os assentados que tiveram sucesso, que conseguiram tirar da terra um sustento decente para sua família. Há, no modelo atual, um desperdício de dinheiro e de oportunidades.

No âmbito municipal vemos a morosidade da câmara para analisar o orçamento do ex-prefeito. Pelo que a imprensa relata, o orçamento está cheio de irregularidades e, aparentemente, os vereadores ou estão fazendo corpo mole ou não estão querendo reprovar as contas. Uma total vergonha.São esses e outros pequenos passos errados, aliados à impunidade e corrupção, que tornam o Brasil cada vez mais arraigado no bloco de países em desenvolvimento, contentando-se com a ilusória e pomposa designação de “país do futuro”.

Informações para todos

Artigo publicado no jornal “A Gazeta” de 07/04/05

É engraçado como o ser humano costuma negar-se a assimilar informações importantes que são transmitidas todos os dias. Parece que parte da população simplesmente ignora as diversas informações, tais como: usar camisinha, não beber antes de dirigir, estudar, não entrar no cheque especial e não se endividar, não fumar, não fazer queimadas, fazer exercícios físicos, controlar a alimentação e peso, dirigir com cuidado e mais um monte de informações com as quais somos bombardeados todos os dias.

A partir dessa observação vou criar a seguinte situação hipotética: No trânsito, um senhor começa a ter dificuldades com seu automóvel e pára o carro em plena via pública. Daí, começam a sair apressadamente umas sete pessoas do veículo. Aliás, aquilo não mereceria ser chamado de veículo, já que se trata de algo como um monte de ferrugem e arames sobre rodas. Há um principio de incêndio e é claro que aquela lata velha não tem extintor de incêndio, talvez nem freios aquilo deve ter. Logo, o dono do veículo corre para o carro que parou atrás para solicitar ajuda.

Na maior calma o proprietário do veículo de trás se nega a ajudar. E ainda tenta dar uma lição no proprietário da lata velha: “Como o senhor tem coragem de rodar nisto? Isso não dá segurança nenhuma para seus familiares”.

De imediato começam a juntar pessoas ao redor, enquanto o automóvel é tomado pelo fogo rapidamente. O circo está armado, o senhor desesperado começa a gritar, se lamentar, quando resolve tirar satisfação do indivíduo que se recusou a ajudar, como se ele fosse o culpado pelo acontecido.

Mais uma vez, ele tenta dar uma lição: “Eu fiz um bem para a sociedade, esse veículo não apresentava segurança para ninguém, e, além disso, se eu resolvesse ajudar, provavelmente você não teria aprendido a fazer a coisa certa. O senhor não tem noção de segurança? Manutenção preventiva? Leis de trânsito...”.

Os curiosos que estavam por perto não acreditam que o homem, além de se recusar a ajudar, ainda estava dando lição para o pobre motorista que acabava de ter seu veículo transformado em cinzas.

Começam alguns insultos e palavras de baixo calão são dirigidas por curiosos ao “senhor certinho”, que percebe que era hora de partir para evitar maiores confusões.

Agora vem o meu pensamento: que obrigação teria o indivíduo de ajudar? Parece egoísmo, mas realmente seria ajuda uma pessoa ficar corrigindo erros dos outros? Errar é humano, mas há pessoas que levam isso muito a sério, abusam na dose de erros e falhas.

Eu coleciono diversas histórias de conhecidos, amigos e também algumas histórias minhas de casos como estes, de pessoas que se recusam a fazer a coisa da maneira correta e depois solicitam ajuda ou ficam se lamentando que o mundo é injusto.

Isso me faz lembrar de La Fontaine, com a fábula da cigarra e a formiga, em que a primeira só queria saber de curtir a vida, e a outra se preocupava com o futuro e com suas obrigações. Os que fazem as coisas da maneira correta acabam saindo prejudicados e, por vezes, são obrigados a carregar os outros nas costas e corrigir erro seus erros, como se isso fosse uma obrigação.
Mesmo que por vezes eu me sinta “punido”, ainda assim prefiro estar do lado dos que agem ou procuram agir de maneira correta, estando sempre antenado com a divulgação de informações úteis sobre os mais diversos aspectos da vida em sociedade.

Pesadelo esclarecedor

Artigo publicado em 03/02/05 no jornal A Gazeta

Ontem tive um terrível, porém esclarecedor, pesadelo. Eu me vi na pele de um pedinte. Foi angustiante ver a sociedade não compreender seus problemas e necessidades. Eu, na pele de um sem cultura, sem educação, sem instrução alguma, tentando me fazer compreendido pela sociedade, tentando me manter vivo, livre dos riscos do dia a dia e dos preconceitos.

Na verdade, além do meu pesadelo, eu tenho um relativo contato com pedintes. Possuo um comércio em frente a um “ponto” de pedintes bastante rentável, que, em geral, congrega crianças que aniquilam a possibilidade de um futuro melhor garantindo uns trocados em uma “profissão” não promissora.

Sempre fui contra o ato de dar esmola. Penso que ao fazer isso a pessoa que dá esmola, na verdade, acaba por fixar um indivíduo em numa atividade razoavelmente rentável, em termos de garantia de um sustento mínimo, mas sem futuro algum para o indivíduo e com produção zero para a sociedade e economia.

Mas agora, após o pesadelo, passo a ter duas visões do mesmo problema: como pedinte, mendigo, sem teto, flanelinha, ou qualquer outra denominação que se dê à atividade do pedinte, e também como cidadão e empresário, preocupado com o desandar de nossa sociedade.

Como pedinte, em meu pesadelo, pude constatar o medo, a incerteza, a solidão e a falta de opções de um ser humano. Pude constatar, também, que eu não tinha capacidade para conseguir expressar os meus anseios e minhas reais necessidades. Perecia que não falava a mesma língua da maioria da população. Infelizmente, ou felizmente, o sonho pareceu bastante real. Senti na pele algumas necessidades e insegurança, e no sonho eu ficava muito grato ao receber esmolas.

Como cidadão, sou contra dar esmolas. Isso vai de encontro ao bom andamento da economia, ao desenvolvimento da sociedade e à prosperidade de um país. Um pedinte não produz nada e, por vezes, tem um rendimento maior que muitos trabalhadores. Quem dá esmola fixa um ser humano numa atividade miserável, sem futuro e que não gera produção alguma.

Voltando à pele de um pedinte, é terrível não ter um lar para dormir, não saber se conseguirá alimento no dia seguinte, não ter perspectiva alguma para um futuro, ser rejeitado pela maioria da sociedade e não ter amparo algum. Saber que a vida não significa lá muita coisa, e que, por isso, vale a pena se arriscar para tentar sobreviver sem perder grande coisa.

Mas felizmente tudo isso não passou de um pesadelo. Provavelmente eu, com meus quase 36 anos, já estaria fazendo parte das estatísticas de um indigente morto violentamente, que não teve amparo algum por parte da sociedade, família ou governo. Após acordar e me desvencilhar do sonho mau, pude voltar a minha realidade e continuar a ser um empresário tentando se livrar do medo, tentando buscar um futuro melhor e seguro, tentando acreditar que políticas sociais que partam dos dirigentes do país e contem com o apoio da sociedade possam transformar essa realidade que se infiltra nos nossos pesadelos cotidianos.