terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Previdência social e Papai Noel

Quando éramos criança, tínhamos certeza de que uma vez por ano um bom velhinho nos encheriam de presentes. O tempo passou, crescemos e após décadas de trabalho muitos têm a crença que ao aposentar terão tranquilidade financeira na fase da melhor idade.


No Brasil, e em muitos outros países, o sistema previdenciário é regido pelo modelo de repartição simples (também conhecido como contributivo ou solidário), que em português claro significa que as aposentadorias de hoje são pagas com as contribuições dos trabalhadores da ativa.


Não sou o primeiro a alertar para o fato de o nosso sistema estar fadado a entrar em colapso. Alias, são os números que corroboram essa sentença. Nosso sistema foi saudável no período em que a expectativa de vida dos brasileiros era baixa e havia grande crescimento populacional. Dessa forma haviam muitos futuros novos trabalhadores para arcar com o pequeno tempo de recebimento dos beneficiários.


Diante desse cenário favorável do passado, foram criados algumas situações difíceis de encontrar em outros países, como, por exemplo, o fato de o aposentado receber o mesmo valor dos trabalhadores da ativa (não mais vigente). Do ponto de vista individual isso é ótimo, porém insustentável e oneroso para futuros trabalhadores. Outras brasilidades são aposentadorias precoces e alguns privilégios que normalmente são denominados como “direitos adquiridos”.


Não se trata de ser malvado ou perseguir os idosos, mas fazer contas e equalizar o sistema previdenciário é respeitar gerações futuras e viabilizar o país, pois a realidade demográfica atual é diferente, vivemos um aumento da expectativa de vida e menor taxa de natalidade.


Esses números são conhecidos, não seria plausível esperar medidas corretas dos políticos burocratas para sanar os problemas do sistema previdenciário? Particularmente, acredito que medidas necessárias e impopulares não serão tomadas e a conta será paga pelo governo, ou seja, com o dinheiro dos cidadãos, seja via impostos, contribuições ou inflação. Há diversas “soluções” políticas para disfarçar e evitar que a dor da verdade seja sentida. Afinal, esperar medidas impopulares e sensatas de políticos não é algo em que se possa acreditar.


A grande maioria dos países também passaram e estão passando por mudanças demográficas desfavoráveis para o sistema previdenciário (aumento da expectativa de vida e menor crescimento populacional). A diferença é que os ajustes estão sendo feitos, de maneira gradativa. O debate e as contas são apresentadas e a maioria da população entende que soluções mágicas não existem e que a solução menos traumática é aumentar a idade mínima para aposentadoria.


Aqui vai uma recomendação/alerta, principalmente para os mais jovens: se hoje os números hoje são desfavoráveis, no futuro tenderão a piorar. Então uma solução é não depender exclusivamente de um sistema fadado a ter complicações, portanto vale a pena buscar informações e iniciar o quanto antes uma boa previdência privada.

Se ainda não fui convincente e para os que ainda acreditam em Papai Noel, saibam que ele me confidenciou que ainda trabalha porque não consegue se manter com a aposentadoria, e que lamenta profundamente não ter ouvido falar de previdência privada quando era jovem.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Filme: O Doador de Memórias

Carnaval é tempo de... assistir filme. Sem muito pesquisar ou mesmo ter grandes expectativas a minha escolha foi "O Doador de Memórias". 


Um alerta! Irei comentar sobre o filme e poderei ser spoiler ou mesmo antecipar opinião sobre o filme. Então aos mais sensíveis: NÃO CONTINUE A LEITURA ANTES DE ASSISTIR O FILME!

Confesso que não costumo gostar de ficções futuristas, então seria um ponto para que não gostasse desse filme, porém não foi o que ocorreu. Ok, não considero essa película uma obra de arte, mas achei bastante interessante e totalmente válida.

Mais outro aviso: quem não assistiu, pare de ler. Vamos de spoiler! A estória se passa num futuro em que se aplica a igualdade entre os cidadãos. Ahhhh, os comunistas e socialistas de plantão já devem ter começado a preparar os rojões para comemorar. A princípio realmente tudo parece lindo e justo, a utopia parece exequível e gostosa!

Porém no decorrer dos fatos vai aparecendo algumas mazelas desse regime político: não se poder utilizar o cérebro, não há liberdade para pensar, ser criativo, expressar opiniões, fazer escolhas e buscar conhecimento. Exatamente como ocorre em países que optam pela guinada à esquerda, porém na vida real há diversas outros "percalços" que a ficção não apresentou: miséria, produtos e serviços ruins e caros e desigualdade (os governantes possuem enormes privilégios).

Voltando ao filme: Mesmo que no filme mostre lindas paisagens, civilizações sem violência, etc. A liberdade de escolhas e expressão é gravemente ferida. Também é relatado de maneira menos direta que a igualdade só poderia ocorrer se realmente os seres humanos fossem exatamente iguais: mesma altura, mesma estética, mesma inteligência, mesma força de vontade, mesma criatividade, etc. Situação que não condiz com a vida real.

Voltando à realidade: Imagino que alguns ainda estejam sonhando e ansiando por tipos de regimes igualitários, dizendo que preferiam algo semelhante à civilização mostrada no filme do que ocorre em países capitalistas. Acho que o verbo preferir é de suma importância e para que isso ocorra deve existir escolhas. Situações não permitidas nesse tipo de regime (preferência e escolha)

Da mesma maneira que alguns dizem que o comunismo na plenitude nunca existiu, também pode-se afirmar o mesmo sobre liberalismo (capitalismo), pois sempre ocorreram interferência de governantes que sucumbiram à grupos econômicos fortes ou escolhas de burocratas. Porém a história mostra que entre o comunismo e capitalismo "possíveis" (que já vivenciamos), ninguém em sã consciência optaria por escolher a Coréia do Norte ao invés da Coréia do Sul, ou a antiga Alemanha Oriental ao invés da antiga Alemanha Ocidental (antes da queda do muro de Berlim), ou mesmo Cuba ao invés dos Estados Unidos.


RESUMINDO SEM RODEIOS: Enquanto houver indivíduos que sonham por coisas inexequíveis, a sociedade perderá tempo e estará suscetível à crápulas inescrupulosos que tentarão se beneficiar vendendo ilusões aos que não possuem noções de economia ou mesmo conhecem a história.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Enganação do benefício FGTS

“O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS foi criado em 1967 pelo Governo Federal para proteger o trabalhador demitido sem justa causa.” Essa é a informação que consta no site oficial do governo. A página eletrônica também informa: “Com o FGTS, o trabalhador tem a oportunidade de formar um patrimônio, que pode ser sacado em momentos especiais...”. Que maravilha! O conceito realmente é lindo, mas vamos destrinchar sobre esse suposto benefício.


Antes de comentar sobre o FGTS é interessante relembrar que no Brasil o nível salarial da maioria é baixo, portanto cenário desfavorável para se conseguir montar uma reserva financeira (poupança). Outra característica brasilis é o alto custo e complexidade da legislação trabalhista. Os altos encargos e excesso de burocracia que prejudica o empregado e empregador, e desestimula criação de vagas.


Daí em 1967 algum governante deve a “brilhante” ideia de se criar um fundo obrigatório, custeado pelo já mirrado salário do trabalhador. Alguém pode refutar e dizer que esse montante é proveniente do empregador. Ledo engano, pois o erário é oriundo de parte da produção do empregado. O capitalista somente retira da parte que seria destinado ao empregado (salário) e efetua o recolhimento.


Então o “benefício” do FGTS é obrigar o trabalhador a poupar, mesmo que o salário seja baixo e que ele tenha que recorrer à empréstimos com taxas absurdas para adquirir bens duráveis. Se ainda não fui convincente deste “desbenefício”: em 2015 a inflação foi de 10,67%, já o FGTS rendeu míseros 4,79%. Então o nobre trabalhador foi obrigado a fazer uma poupança forçada e em troca recebeu um rendimento ridículo, abaixo da inflação. Em outras palavras, a poupança forçada teve grande perda do poder de compra no decorrer do tempo. Traduzindo ainda mais: o governo obrigou o trabalhador a rasgar dinheiro.


Alguns defensores poderão arguir dizendo que com o saldo do FGTS o governo pode propiciar financiamento imobiliário com taxas subsidiadas. Mas que bela vantagem!!! Lascar o trabalhador para depois oferecer uma pseudo benesse e ainda sair como benfeitor. Esse tipo de atitude é típica de governos populistas: camuflam a arrecadação dizendo ser benefício e posteriormente distribuem migalhas do que foi recolhido, fazendo isso com grande apelo social.


Há duas saídas justas para esse imposto disfarçado: que o saldo do FGTS seja aplicado em títulos públicos federais, pois daí pelo menos haveria ganho real em rentabilidade (acima da inflação). Outra possibilidade ainda mais razoável e menos provável de ocorrer seria permitir que o trabalhador decidisse se quer ou não esse suposto benefício, e que também pudesse decidir onde aplicar o montante.

Infelizmente qualquer possibilidade de propiciar um real benefício ao trabalhador, não será nem mesmo cogitado por governantes populistas, cuja real competência é apenas tergiversações e muito marketing enganoso. Enquanto isso, o FGTS continuará sendo idolatrado por muitos e prejudicial para os cidadãos.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Lula ou Dilma?

Pediram para eu escolher entre Lula e Dilma. Pensei, pensei, pensei e fiz minha escolha.

Se houvesse somente essas duas alternativas, iria de Dilma. Calma... eu explico! Dois motivos me motivaram a escolha: o primeiro é uma questão de caráter, que na minha opinião a petista de saia é vencedora nesse quesito, não imagino que seja merecedora de uma boa nota, mas acho menos pior que o petista de barba.

Porém o principal motivo da minha escolha é que a Rousseff não terá capacidade para eleger seu sucessor. Um grande alívio para quem ainda sonha com um país melhor.