quarta-feira, 6 de julho de 2016

Quer programar o futuro de seu filho?

No Brasil vivemos algumas situações particulares: mesmo passados mais de 20 anos do período de altíssima inflação, ainda colhemos resultados adversos. O maior deles é de ver que muitos que vivenciaram aquele período têm dificuldades de controlar o orçamento e fazer planejamento de longo prazo. Lamentavelmente, as boas práticas não foram repassadas para gerações seguintes.

Outra característica muito comum a nós, brasileiros, é não comentar o valor da própria renda. Normalmente não ficamos confortáveis de informar valor salarial para amigos, colegas e familiares. Então, os filhos não costumam ter muita noção do valor do dinheiro e de suas possibilidades de gastos.

As crianças e adolescentes precisam entender como são gerados os recursos financeiros da família e que estes são finitos. Precisam entender, também, que cada escolha de gastos significa ter que abdicar de outros. Exemplo: Se a família optar por jantar fora 2 ou 3 vezes por semana, poderá faltar dinheiro para viajar no final do ano. Administrar orçamentos é elencar prioridades, fazer escolhas e planejar o futuro.

MESADA é uma maneira de replicar desde cedo os conceitos das finanças pessoais. É uma ótima fase crianças e adolescentes aprenderem com os próprios erros ao optar por escolhas erradas. É uma fase boa, também, para começarem a entender que para comprar coisas caras será necessário poupar alguns meses para conseguir esses objetivos.

Algumas dicas:
-Estabelecer um valor de mesada razoável, e que esteja dentro do orçamento da família;
-O ideal é iniciar, lá pelos 8 anos de idade, pagando semanalmente, pois nessa fase há maior dificuldade de compreensão e de pensar no longo prazo. Posteriormente pode-se passar para quinzena e dos 11 a 12 anos já dá para fazer pagamentos mensais;
-Deixar claro quais os gastos que deverão ser pagos pela mesada (sorvete, cinema, lanche na escola, etc). Quanto mais nova a criança, menos itens devem ser incluídos na mesada. Com adolescente com 15 ou 16 anos já se pode incluir na mesada gastos com roupas, celulares e alguns outros itens;
-Seguir a risca o que foi combinado. Se a criança decidiu gastar tudo no primeiro dia, não ceder às possíveis solicitações e choramingos. Orientar os tios e avós sobre isso para evitar empréstimos ou doações que burlem o intuito educativo;
-Escolhas erradas farão parte do aprendizado. Respeite as escolhas feitas, pois as prioridades de uma criança são bem diferentes de jovens e adultos;
-Oriente também sobre poupar para poder comprar coisas mais caras e também sobre investimentos. Ensine que dinheiro poupado poderá render juros das aplicações financeiras;
-A mesada não deve ser instrumento de troca pelas obrigações das crianças, como tirar boas notas na escola ou arrumar o quarto e brinquedos;
-Lembre-se, além da mesada, a educação pelo exemplo também é de suma importância. Deixar a criança/adolescente participar de conversas sobre finanças é instrutivo, pois mostrará a importância de planejar e fazer escolhas;
-O assunto não deve ser tratado como algo chato, e sim como algo benéfico e importante para atingir objetivos financeiros e metas de vida, de maneira mais fácil.

Quanto mais cedo a criança e o adolescente aprenderem a gerenciar o próprio dinheiro, maior será a possibilidade de se tornarem adultos que façam com que o resultado do suor do seu trabalho seja bem utilizado e multiplicado.