quarta-feira, 6 de abril de 2011

Será que Vale?

Durante a grave crise econômica mundial de 2008, o presidente empresa Vale anunciou o corte 1,3 mil de colaboradores para ajustar a produção ao novo e triste cenário de redução das encomendas de minérios. Quando a notícia caiu nos ouvidos do então presidente Luis Ignácio da Silva, ele ficou ensandecido e pediu em tom de exigência o cancelamento das demissões.

Demissão em massa não é nenhuma atitude agradável ou fácil para qualquer empresário ou executivo. Uma ação dessa magnitude é precedida da análise da queda de produtividade decorrente de aumento de insegurança, dos altos encargos salariais, da perda de bons colaboradores e também é considerado o abalo na imagem da empresa. Ou seja, quando ocorre esse tipo de decisão, supõe-se que anteriormente foram analisadas diversas alternativas para se evitar ou mesmo reduzir o corte. Roger Agnelli (Presidente da Vale) manteve a decisão com intuito de fazer o melhor no exercício da função parra a qual foi contratado: manter a empresa segura, rentável e lucrativa.

Para os que têm alergia ao capitalismo, cabe uma ressalva na história da então denominada Vale do Rio Doce. No leilão da privatização da empresa, alguns grandes fundos de previdência de empresas públicas participaram de forma maciça e arrebanharam grande parte da empresa. Esses fundos administram a aposentadoria de funcionários públicos e desde então estão se beneficiando com o enorme crescimento da empresa. Durante a gestão de Agnelli, a Vale teve uma valorização de 1700%, as receitas cresceram em mais de 10 vezes e o lucro aumentou em 13 vezes. Foram beneficiados 3,5 milhões de cotistas dos fundos de pensão, mais 254 mil trabalhadores que aplicaram via FGTS na empresa, sem mencionar os demais acionistas e o enorme aumento de arrecadação de impostos.

A Vale, comandada pelo Sr. Roger Agnelli, trouxe enormes benefícios e crescimento para todo o país. A empresa se tornou um enorme conglomerado, sendo atualmente a segunda maior mineradora do mundo, com unidades em diversos países. Uma verdadeira multinacional verde e amarela.

Mesmo diante de todos esses fatos, o Sr. Luis Ignácio da Silva ficou de birra e começou a costurar formas para se derrubar o Sr. Roger. Não é novidade que o PT carrega no DNA genes antidemocráticos e de autoritarismo. Isso faz com que enxergue como adversários e inimigos as pessoas com idéias divergentes da cartilha petista e que, portanto, devem ser extirpadas. Só para ilustrar a afirmação, vale lembrar a expulsão do jornalista americano que disse que Lula é chegado numa cachaça. Houve, também, o episódio da quebra do sigilo bancário do caseiro pela alta cúpula governamental, a quebra do sigilo fiscal de adversários políticos e, ainda, o caso que ficou conhecido como o episódio dos “aloprados”. Tudo feito para desqualificar os “inimigos” ou minimizar a gravidade dos episódios nos quais o PT esteve envolvido.

O Governo Federal mais uma vez pisa na moralidade e confunde o que é público com o privado, armando uma verdadeira guerrilha para derrubar o Presidente da maior companhia privada nacional. Este triste episódio será mais uma pataquada petista para entrar no "nunca antes na história deste país...".

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Gastos imorais de parlamentar

O jornal Diário de Cuiabá de 13/03/11 trouxe uma reportagem sobre os gastos dos representantes mato-grossenses na Câmara Federal ( www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=389567&edicao=12958&anterior=1. Fiquei pasmo em saber que um “nobre” parlamentar, em sua primeira prestação de contas, gastou 4,5 mil reais numa abastecida e absurdos 19 mil reais num só bilhete aéreo.

Na tentativa de ser um cidadão pleno, relatei o fato para a administração da casa em 15/02/11 e até agora não obtive resposta. Resolvi escrever também para o parlamentar, segue texto:
“Começou bem... já na primeira prestação de contas ultrapassou o limite da verba indenizatória, com gastos "exóticos". Se estivéssemos num país sério, seria caso de punição séria... e se houvesse um mínimo de respeito com os cidadãos, seria caso de renúncia.”

Dia 25/03 o dito representante do povo respondeu: “...não fiz nenhuma despesa "exótica" como você disse e sim, tudo dentro da normalidade regimental da Câmara. Não houve em nenhum momento má fé deste parlamentar. Por ética não vou citar o nome de outro parlamentar mato-grossense, contudo, se você observar o site da Câmara no item Transparência, verá que já há deputado que gastou, só em março, pouco mais de R$ 33 mil, o que me ultrapassa no meu gasto de fevereiro...”

Fiquei mais indignado ainda, pois além de achar normal os referidos gastos, ainda informou que há alguém pior. Daí resolvi mais uma vez escrever para esse indivíduo:
“Não sei qual o seu entendimento para a palavra “exótico”, mas utilizei para definir alguns dos seus gastos. Tentei achar uma palavra para ser o mais polido possível, mas se não considera “exótico” dispender 4,5 mil reais numa só abastecida e tirar um bilhete aéreo por pouco mais de 19 mil reais, daí realmente teremos uma divergência semântica e moral.



Quanto ao fato de me responder dizendo que há outro parlamentar mato-grossense estourando ainda mais o teto de gastos, essa atitude é típica de quem faz algo errado e quer apontar alguém que fez pior. Não passa de uma tentativa para desviar o foco e se eximir, via falta de coragem, para assumir os próprios atos.



Sou obrigado a confessar que não acredito um milímetro que os seus esforços como parlamentar são em prol da nossa Nação. Gostaria de crer e espero estar enganado sobre seus objetivos. O senhor terá 3 anos e 9 meses para desfazer a péssima primeira impressão.



Infelizmente, vivemos num país em que grande parte dos cidadãos têm baixo nível escolar e desse fato decorre uma considerável massa de eleitores pouco instruídos. Para constatar isso, é só verificar a perpetuação dos famosos desonestos em nosso Congresso (sem citar os nomes dos “famosos”). Diante desse fato, caso o senhor ou qualquer outro parlamentar tenha intenção de utilizar o cargo para benefício próprio, muito provavelmente terá êxito e conseguirá reeleições.



Eu, como um cidadão esclarecido que deseja ver um país melhor, continuarei a dar meu voto consciente e ser uma das poucas vozes na multidão. Sei que meus esforços são inglórios para que nosso Brasil tenha representantes ilibados e com a capacidade exigida para cargo tão importante, mas nem por isso deixarei de expressar meus anseios e exprimir minhas opiniões.”

Ainda não obtive resposta e espero nem receber, pois não há como justificar o injustificável.

Aproveito para elogiar a atitude e postura do jornal Diário de Cuiabá, que no dia 03/04/11 trouxe mais outra reportagem sobre os gastos dos parlamentares ( www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=390659 )

Desse episódio tirei como lição:
-Acho que em breve faltará óleo de peroba em Brasília (e em outras cidades), pois há muitos cara de pau a solto;
-Pessoas sem moral, ao encostar a cabeça no travesseiro, devem dormir tranquilamente;
-Gostaria muito, mas duvido que o deputado receba advertência ou punição por parte da Câmara;
-Gostaria muito, mas duvido que o deputado receba retaliação por parte dos eleitores. Lamentável confirmar o baixo nível de parte dos eleitores, e saber que provavelmente ainda serão eleitos e reeleitos indivíduos sem nenhum compromisso com nossa Nação.