sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Quando a união faz a força

Artigo publicado no jornal Folha do Estado em 24/12/2008

É impressionante o que seres humanos juntos são capazes de fazer quando surge algum objetivo comum. Isso é mais perceptível e ocorre com mais intensidade quando há alguma tragédia envolvida.

Terremotos, enchentes, acidentes ferroviários, erupções vulcânicas, avalanches e outras catástrofes são acontecimentos que mobilizam a população em busca de ações que visem a atenuar o prejuízo, a destruição e o sofrimento dos que foram atingidos pela tragédia. A trágica enchente que ocorreu em regiões de Santa Catarina mostra o poder de força e mobilização da sociedade na tentativa de auxiliar aqueles que se viram, repentinamente, sem suas casas, perdidas total ou parcialmente, e, muitas vezes, sem seus familiares, mortos no terrível acontecimento. Em todo o país estão ocorrendo diversas ações para auxiliar os vários desabrigados.

Dias atrás estava refletindo sobre o motivo de o ser humano, em sua grande maioria, só se mobilizar quando acontece alguma catástrofe. Não que essa solidariedade seja negativa. Ela é fundamental diante de um fato inesperado e de grandes proporções, em que a ajuda é de suma importância para salvar vidas. Mas, refletindo melhor, pensei na possibilidade de haver mais solidariedade sem que haja necessidade de algum acontecimento terrível desencadear tal sentimento.

Algumas pessoas participam rotineiramente de campanhas, mutirões e ações que buscam minorar as dificuldades e sofrimentos humanos, mas, de um modo geral, não têm a mesma dimensão nem o mesmo poder de mobilização daquelas ações que ganham o noticiário nacional diante da magnitude de alguma tragédia.

Aproveito a ocasião para parabenizar os que já participaram ou participam de alguma atividade voluntária que traga benefícios para o próximo. Poderia citar muitos exemplos, tais como doação de sangue, auxílio a creches, doentes, necessitados e outras tantas ações cujo engajamento auxiliaria muitas entidades que sobrevivem, ainda que com dificuldade, graças à predisposição de pessoas abnegadas que nelas atuam e de pessoas que contribuem para a sua manutenção.

Os desastres de grande magnitude acontecem e se vão, mas aquelas tragédias cotidianas, da miséria, da fome, da privação, da infância desamparada, da doença, com as quais nos acostumamos, estão aí sob nossos olhos a desafiar a nossa capacidade de participar e colaborar de forma mais efetiva do conjunto de ações solidárias.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Lei municipal permite abertura do comércio nos feriados

No mundo globalizado, onde há necessidade de muito estudo para se manter atualizado, falta tempo para lazer ou mesmo fazer compras. Com a lei que permite a abertura do comércio nos feriados (não todos), Cuiabá será adequada ao mundo globalizado e competitivo. Engana-se quem pensa que só haverá ganho para empregadores, com maior flexibilização tende a reduzir o desemprego e propiciar novas oportunidades. Parabéns ao Sr. Edivá Alves.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Desabafo de um cidadão - Março de 2006

Artigo escrito em março de 2006 e que a cada dia que passa, parece fazer mais sentido...
Desabafo de um cidadão

A cada dia que passa, a cada notícia que eu leio fico mais indignado com o governo dos Estados Unidos e a opinião pública do povo “estadosunidenses”. Isso mesmo, estadosunidenses, afinal americanos também somos e norte americanos os canadenses também são.

É um absurdo o que a maior economia mundial tem feito, desrespeitando todos tratados internacionais, usando desculpas esfarrapadas para poder ROUBAR e controlar o petróleo para impulsionar o rolo compressor da economia.

Vamos aos fatos: o governo estadosunidense alega que a invasão foi realizada decorrente de quatro motivos básicos:
- Derrubar o governo do sanguinário estadista. Isso é papo, desde quando os Estados Unidos se preocupou com outros países a não ser se acompanhado de outros motivos. Se esse motivo fosse realmente válido por que não atacam a China ou Cuba que também tem ditaduras sanguinárias? Resposta: porque não há interesse econômico, Cuba não tem riquezas substanciais e sua economia está em frangalhos e a China além de também não ter grandes riquezas, seria uma loucura invadir um país com bilhões de habitantes, que tem uma economia forte e provavelmente armamentos que tornaria uma guerra sangrenta e impensável nos dias de hoje;
- O governo iraquiano tem armas de destruição em massa. Essa é outra balela dos estadosunidenses. Para início de conversa quem autoriza o porte de armas de destruição em massa? Por que os Estados Unidos, França, Japão, Rússia e outros podem ter essas armas e a Colômbia, Iraque, Brasil e outros não podem? Isso até me fez lembrar daquele candidato a presidência do Brasil, que defendia a construção de bombas atômicas. O que a história conta é que os Estados Unidos é que usou essas terríveis armas em guerras. E até o presente momento não foi achada nenhuma arma de destruição em massa no Iraque;
- Que o Iraque oferecia perigo ao EUA. Será que o Saddan Hussein estava pensado em atacar e tomar o poder de Washington?
- O Iraque estava envolvido no fatídico atentado de 11 de setembro. Nem os EUA conseguiram provar que o Iraque teve ligação com terroristas de Bin Laden. O que está provado é que o próprio Estados Unidos treinou e fortaleceu Laden e também o Iraque.

Meu ponto de vista dos motivos reais que Bush contrariou a ONU e invadiu o Iraque também são quatro:
- Pilhar o petróleo;
- Usar armas bélicas, pedir mais dinheiro para o congresso, manter esse bilionário setor. Será que não há corrupção dos congressistas estadosunidenses e as milionárias indústrias bélicas? Ou corrupção só ocorre por aqui?
- Manter sua supremacia econômica, não importa a que preço. Disseminar a cultura estadosunidenses, com seus Big Macs, filmes, coca-cola, e outras porcarias mais;
- Desviar a atenção da mídia e do povo das falcatruas contábeis que ocorreu recentemente, inclusive com envolvimento do Sr. Bush.

O que está ocorrendo é uma bandidagem sem tamanho. Fico indignado ao ver o exercito aliado invadir casas, destruir comércios e infraestrutura do Iraque. Imaginem isso acontecendo aqui no Brasil? Será que temos sorte de não ter petróleo? O povo iraquiano está sendo tratado como bandido, estão sendo presos e mal tratados, tendo seus poucos bens confiscados ou destruídos (isso me lembra as atitudes de um maluco alemão com um bigodinho ridículo). E ainda tem noticiário que diz: iraquianos foram presos porque ofereceram resistência. Quer dizer que o povo iraquiano deve ser roubado e ver seu país ser destruído pacificamente, não oferecendo resistência alguma?

Parece meio piegas dizer que o Brasil pode ser o próximo país a ser atacado e roubado, que os Estados Unidos virá a ter interesse por nossa reserva de água doce e blá, blá, blá. Mas se num futuro se os EUA ainda for uma grande potência e tiver interesse em invadir o Brasil ou qualquer outro país, a história mostra que basta ter um governante meio doido e megalomaníaco para arrumar um pretexto fajuto, manipular o que for preciso e...

Uma coisa que eu sempre admirei nos Estados Unidos e o que esse país tem de mais desenvolvido é o marketing. O marketing foi uma das coisas que auxiliaram a transformaram os Estados Unidos nessa grande potência econômica que é hoje. E é o marketing tem dado miopia para seu próprio povo estadunidense e para alguns povos do mundo. É um absurdo ser a favor dessa roubalheira que está acontecendo. A forma como a maioria dos meios de comunicação noticia a guerra é altamente tendenciosa, é só começar a prestar atenção nas manchetes. É noticiado como se famílias iraquianas não estivessem sendo dizimados, seus povos roubados ou tendo os bens destruídos. São noticiadas apenas as baixas da chamada “força aliada” com um tom de “coitados”, morreram em defesa do “eixo do bem” cumprindo seu papel. Mas e os milhares de iraquianos mortos que estão em sua terra apenas tentando se defender de invasores? Será que os iraquianos estão errados apenas por não terem nascidos do lado mais forte?

Eu não sou um pacifista radical, uma pessoa contra o chamado imperialismo dos EUA. O que eu sou é um cidadão em favor da justiça, do respeito aos tratados internacionais, do respeito à livre economia e a propriedade. Creio que eu seja apenas mais uma pessoa no mundo indignada e que nada pode fazer. Esse é meu desabafo, minha arma contra o que está ocorrendo. O que mais posso fazer? Existem outras “armas” eficazes que posso utilizar para impedir essa roubalheira? Será que devo aderir ao boicote contra produtos estadosunidenses? Ficar pelado em praças públicas escrevendo palavras pacifistas em meu próprio corpo resolveria?