segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Vendo meu voto


Meu voto esteve à venda no segundo turno desta eleição. Infelizmente nenhum dos candidatos se dispôs a pagar o valor que eu estava pedindo. O “preço” era uma campanha limpa, ética, com gastos moderados, sem promessas mirabolantes e com propostas exeqüíveis. Nenhum dos candidatos esteve próximo a “negociar” o meu voto.

No primeiro turno, votei num dos finalistas para o segundo turno, mas as campanhas se transformaram num show de desrespeito, desperdício de recursos financeiros, humanos e materiais que acabei decidindo por votar em branco.

Sempre fui contra o voto branco/nulo, pois sempre defendi a teoria da escolha do “menos pior”. Mas o circo que se transformou esta campanha eleitoral me fez rever certos valores. Decidi não apoiar candidatos que rasgaram dinheiro, que não tiveram nenhum compromisso ou respeito com o eleitor. Se na campanha as evidências dessas mazelas políticas foram tão gigantescas, imagine-se o que nos poderemos esperar pela frente.

Se os marketeiros apostaram que micagens, som alto, bagunça no trânsito, sujeira nas ruas e, principalmente, falta de ética, iriam conquistar votos, o meu conseguiram perder. Pode até ser que com esses recursos circenses tenham conquistado votos de quem gosta de palhaçadas, mas daqui pra frente só votarei em candidatos que tenham um mínimo de respeito com os eleitores e com a ordem pública.

Os grandes culpados de todo esse circo são as próprias vítimas: os eleitores que têm visão simplista do processo de escolha do candidato. O desrespeito visto nas campanhas só existiu porque grandes partes dos eleitores ainda valorizam palhaçadas, badernas e espetáculos circenses com seus palhaços e ilusionistas.

Uma coisa eu já decidi: nas próximas eleições meu voto estará novamente à "venda". Só resta esperar que, em troca, possa receber ofertas realmente dignas, pois creio que meu voto, como o de todo eleitor consciente, tem "preço" e grande valor. O preço simbólico de quem espera ética e respeito dos candidatos e o grande valor que o voto consciente representa para a construção da cidadania neste país.

Um comentário:

Xisto Bueno disse...

Guto, só teremos eleições e candidatos melhores quando tivermos eleitores melhores.