terça-feira, 7 de setembro de 2010

Eleições, Novamente

Artigo publicado em 10/09/10 no jornal Diário de Cuiabá

Esforcei-me para não escrever mais uma vez sobre o processo eleitoral. Já estou até ouvindo o meu pai dizer: você já escreveu sobre esse assunto, está sendo repetitivo. Realmente, até posso ser repetitivo, mas toda ladainha do processo eleitoral também vem se repetindo há anos.

Pouca coisa muda de um pleito para outro, temos os mesmos ingredientes básicos: indignação por parte da população, promessas de renovação, poluição sonora, papéis jogados nas ruas, rios de dinheiro gastos no pleito e... escolha por parte dos eleitores das mesmas “figurinhas”. Albert Einsten disse “Louco é aquele que faz sempre a mesma coisa e espera um resultado diferente”.

Acho que é, digamos, exótico, ver os tradicionais políticos controversos liderando as pesquisas eleitorais. Encabeçando a lista para o legislativo matogrossense temos o político que pretende entrar no Guinness Book como o maior colecionador de processos judiciais (Alô Senhor Ficha Limpa!), temos também o populista mor que se vangloria por cometer desequilíbrio ecológico, soltando peixinhos num rio poluído e, também, por se achar a última bolachinha do pacote por ter proporcionado aumento da violência no trânsito, criando assim a indústria da impunidade e de mortes desnecessárias. No Top 10, temos também a bem cotada ex-vereadora que é acusada de rombo gigantesco na Casa Cuiabana. Bom, pelo menos Mato Grosso pode se orgulhar por não eleger palhaços de profissão (nada contra a categoria, mas cada macaco no seu galho), e não será o nosso Estado que colocará o Tiririca na Câmera dos Deputados.

Sinceramente, eu tenho algumas broncas com algumas personalidades do cenário político, mas eles só estão cumprindo o papel no processo. O eleitor tem grande parcela de culpa na continuidade das barbáries tão corriqueiras em nosso país. São os eleitores que muitas vezes não leem jornais, não assistem noticiários ou mesmo assistem os programas eleitorais e daí se apaixonam pelo(a) primeiro(a) galanteador(a) que aparece sorrindo, distribuindo abraços e “santinhos” e fazendo mil promessas.

A cada eleição que passa, mais indignado eu fico e, infelizmente, também mais sem esperanças. Para sair do ciclo: ignorância dos eleitores=políticos ruins, só mesmo criando leis malthusianas. A Ficha Limpa seria um bom começo, mas parece que já está sendo “abrasileiradamente” ignorada. Acho que se Thomas Robert Malthus (1766-1834) vivesse no Brasil contemporâneo iria propor a suspensão do título de eleitor de quem votou em políticos cassados. Creio que ele também proporia um teste de conhecimentos para saber se o eleitor tem consciência do que faz na urna. Propostas de impedir carros de som, “santinhos” e outras firulas do marketing, bem que também poderiam ser de autoria de Malthus. A campanha seria somente no “gogó”, sem imagens externas e demais recursos da televisão. Transformar uma campanha eleitoral em algo barato e sem graça seria um bom caminho. Afinal, quem disse que eleição deve ser divertida?

A cada eleição que passa, o Brasil deixa passar a oportunidade de eleger pessoas inteligentes, preparadas e realmente compromissadas com o desenvolvimento e bem estar da nação. Enquanto isso, só me resta lamentar e escrever mais um artigo sobre o pleito eleitoral.

Nenhum comentário: