sábado, 3 de janeiro de 2009

Ano Novo, Velhas Práticas

Artigo publicado no jornal Folha do Estado em 06/01/09 e nos sites http://www.prosaepolitica.com.br/ www.24horasnews.com.br/evc/index.php?mat=2236 www.olhardireto.com.br/artigoseopinioes/artigo.asp?cod=2676

Já está virando tradição de final de ano, o legislativo aprovar leis que vão contra os interesses do país e dos cidadãos. Temos “bons” exemplos nas suas três esferas de atuação.

O congresso nacional (em letra minúscula) votou a favor de uma emenda a Constituição que aumenta o número de vereadores. Numa artimanha meio camuflada foi votada essa lei, contrária às necessidades do país e vontade dos cidadãos, a quem os congressistas deveriam representar. Desafio os “nobres” congressistas que votaram a favor de tal aberração a me convencer dos benefícios que essa medida trará para a nação.

A assembléia legislativa (em minúsculo também) de Mato Grosso se beneficiou com a aprovação da aposentadoria vitalícia. Enquanto isso, no mundo real, o país sofre para tentar não ampliar o enorme déficit previdenciário. Esse projeto é tão contra os interesses que nem o autor teve a hombridade de assumir a autoria.

Para não ficar atrás, no penúltimo dia de 2008, fechando o ano com “chave de ouro”, nossos vereadores aprovaram aumento de mais de 23% nos próprios vencimentos. Enquanto se noticia a dificuldade de o Poder Executivo se ajustar e se adequar às novas realidades econômicas, nosso legislativo simplesmente ignora qualquer dificuldade ou mesmo a vontade dos cidadãos e acaba por legislar em causa própria. Rendimentos mais polpudos, aliados ao aumento do número de vereadores, trarão dificuldades para o executivo. E o legislativo, o que tem a ver com isso?!?!?

Quem conhece um pouco de economia sabe que nosso país tem uma pesada e onerosa máquina administrativa. Há enormes gastos correntes (manutenção da máquina pública), sobrando poucos recursos para investimentos em educação, saúde, habitação, etc.

Essas medidas fazem o ano novo começar com as mesmas velhas práticas políticas. O peso do inchaço será pago com a perpetuação de altos impostos e serviços públicos ineficientes. Nós precisamos de muitas realizações, em praticamente todas as áreas sociais, mas do que menos precisamos é de um maior número de vereadores e de tantas manobras escusas, nutrida pelos que elegemos para atuar pelo bem da coletividade.

Mesmo me considerando um otimista, diante desse tipo de notícia fica difícil vislumbrar um futuro próspero para o país. Resta apenas a esperança de que os eleitores fiquem mais atentos à ação dos políticos e de que as entidades representativas da sociedade utilizem os meios disponíveis para coibir tanto descalabro e desrespeito pelo cidadão.

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