segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Rastro deixado pelo molusco

Ao findar o governo, o ex-presidente Luis Ignácio da Silva deixa mais três “preciosidades” para a história. A primeira foi a covardia de prorrogar para o último instante a polêmica decisão de não extraditar o condenado terrorista italiano. Foi uma tentativa vergonhosa de desviar a mídia e a opinião pública pensante.



Se não bastasse, Sr. da Silva também burlou a moralidade e a lei, fazendo com que seus filhos obtivessem passaporte diplomático. Para fechar com chave de ouro, pelo menos até agora, o ex-presidente tirou férias utilizando, sem nenhum resquício de moralidade, as instalações públicas, mantidas as custas da arrecadação dos impostos pagos pelos brasileiros. Para a elite que aprovou a gestão petista e abomina ouvir falar em FHC, só tenho a dizer que o intelectual tido como pomposo e vaidoso nunca confundiu o que era público do que era pessoal. Não consigo imaginar o Sr. Cardoso tirando proveito e achando brechas para se beneficiar.



Ética e moralidade foram palavras praticamente inexistentes no governo de da Silva: mensalão, aloprados, sanguessugas, quebra ilegal de sigilos bancários e fiscais, tentativas de amordaçar a imprensa, pirataria no planalto, corrupção nos altos escalões, caixa 2 na campanha eleitoral, remessa ilegal de dinheiro para o exterior, apoio à políticos “controversos”, etc e mais etc... Nunca antes na história deste país o desmando andou tão livre e tão impune.



A excelente aprovação do ex-torneiro mecânico se deu pela boa situação econômica, pelo carisma (que confesso não identificar), pelas metáforas futebolísticas e linguajar simples (que por inúmeras tendeu para o chulo), pelo marketing político e, sobretudo, pelo baixo nível educacional e de politização de grande parcela da população. Afinal novelas e futebol são bem mais vistos e comentados que jornais e noticiários.



No país em que realities show são supervalorizados, estudantes de escolas públicas saem analfabetos funcionais, no qual o sistema educacional disputa as últimas colocações em programas internacionais de avaliação de alunos (PISA, Fórum Econômico Mundial); não é de se assustar a falta de consciência crítica de parte dos cidadãos para avaliar o governo.



No campo educação, não dá para esperar muito de um presidente que disse ser filho de mão nascida analfabeta, ter orgulho por nunca ter lido um livro sequer e diz ter azia ao ler jornais e revistas... sem mencionar a grande fascinação por bebidas alcoólicas.



Mesmo não tento afeição alguma pelo PT, comemorei muito a posse de Dilma Rousseff. A economia até pode estagnar, mas pelo menos se encerra um período de populismo e mediocridade... assim espero.

2 comentários:

Unknown disse...

FHC confundiu sim o público com o privado, e cito apenas um exemplo que na minha opinião é muito mais grave que o Lula usando as instalações das Forças Armadas no Guarujá. Certa vez o MST invadiu a fazenda particular de FHC, quando ele ainda era presidente. Diante disso não teve dúvida, mandou o Exército desocupar a propriedade, colocando pra fora os invasores.

econoespaco disse...

Jorge, obrigado por ler e comentar o artigo.

Quanto ao ex-presidente FHC, concordo que ele não foi perfeito (e quem é?), sito o absurdo caso da aprovação da reeleição. Isso sim foi um afronto.

No polêmico caso citado do uso do exército para conter invasão do MST, havia uma ridícula guerrinha entre o contraditório ex-governador Itamar Franco para conturbar ainda mais o episódio.

Renomados juristas da época se dividiram em apoiar e recriminar o uso do exército para conter/reprimir a invasão. Irei me abster de qualquer juízo sobre o episódio.