Quando éramos criança, tínhamos certeza de que uma vez por ano um bom velhinho nos encheriam de presentes. O tempo passou, crescemos e após décadas de trabalho muitos têm a crença que ao aposentar terão tranquilidade financeira na fase da melhor idade.

Não sou o primeiro a alertar para o fato de o nosso sistema estar fadado a entrar em colapso. Alias, são os números que corroboram essa sentença. Nosso sistema foi saudável no período em que a expectativa de vida dos brasileiros era baixa e havia grande crescimento populacional. Dessa forma haviam muitos futuros novos trabalhadores para arcar com o pequeno tempo de recebimento dos beneficiários.
Diante desse cenário favorável do passado, foram criados algumas situações difíceis de encontrar em outros países, como, por exemplo, o fato de o aposentado receber o mesmo valor dos trabalhadores da ativa (não mais vigente). Do ponto de vista individual isso é ótimo, porém insustentável e oneroso para futuros trabalhadores. Outras brasilidades são aposentadorias precoces e alguns privilégios que normalmente são denominados como “direitos adquiridos”.
Não se trata de ser malvado ou perseguir os idosos, mas fazer contas e equalizar o sistema previdenciário é respeitar gerações futuras e viabilizar o país, pois a realidade demográfica atual é diferente, vivemos um aumento da expectativa de vida e menor taxa de natalidade.
Esses números são conhecidos, não seria plausível esperar medidas corretas dos políticos burocratas para sanar os problemas do sistema previdenciário? Particularmente, acredito que medidas necessárias e impopulares não serão tomadas e a conta será paga pelo governo, ou seja, com o dinheiro dos cidadãos, seja via impostos, contribuições ou inflação. Há diversas “soluções” políticas para disfarçar e evitar que a dor da verdade seja sentida. Afinal, esperar medidas impopulares e sensatas de políticos não é algo em que se possa acreditar.
A grande maioria dos países também passaram e estão passando por mudanças demográficas desfavoráveis para o sistema previdenciário (aumento da expectativa de vida e menor crescimento populacional). A diferença é que os ajustes estão sendo feitos, de maneira gradativa. O debate e as contas são apresentadas e a maioria da população entende que soluções mágicas não existem e que a solução menos traumática é aumentar a idade mínima para aposentadoria.
Aqui vai uma recomendação/alerta, principalmente para os mais jovens: se hoje os números hoje são desfavoráveis, no futuro tenderão a piorar. Então uma solução é não depender exclusivamente de um sistema fadado a ter complicações, portanto vale a pena buscar informações e iniciar o quanto antes uma boa previdência privada.
Se ainda não fui convincente e para os que ainda acreditam em Papai Noel, saibam que ele me confidenciou que ainda trabalha porque não consegue se manter com a aposentadoria, e que lamenta profundamente não ter ouvido falar de previdência privada quando era jovem.